Produção leiteira ganha certificação em biossegurança
Desenvolvido pela Embrapa, em parceria com a Boehringer-Ingelheim Saúde Animal, programa foca em boas práticas
A biosseguridade na produção leiteira ganhou um novo capítulo com a criação do programa de certificação organizado pela Embrapa Gado de Leite, em parceria com a Boehringer-Ingelheim Saúde Animal. Isso significa que a instituição vai analisar e classificar laboratórios, hospitais e centros de pesquisa. Com a certificação, esse tipo de ambiente biológico passa a ser validado se adota ou não medidas e práticas de prevenção contra a propagação de agentes infecciosos.
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Na prática, a iniciativa tem a meta de incentivar o uso de medidas efetivas de biossegurança nas fazendas leiteiras. Entre elas, estão o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), procedimentos de segurança e controle, e a implementação de protocolos para reduzir o risco de exposição a agentes patogênicos, tanto para pessoas quanto para animais.
O programa começou a ser pensado em 2021 e, no ano seguinte, a Embrapa assinou com a multinacional farmacêutica alemã Boehringer-Ingelheim Saúde Animal, que colaborou com as pesquisas e que irá explorar a tecnologia.
Programa de biossegurança avaliará 140 pontos críticos
A certificação envolverá a avaliação de 140 pontos críticos na produção de leite em relação à biossegurança. Esse número foi consolidado a partir de estudos e validado em campo em duas fazendas referência na produção de leite – a Santa Luzia (Passos/MG) e a Colorado (Araras/SP). Ambas foram as primeiras a serem certificadas com o selo emitido pela CBS (Certificação em Biosseguridade), empresa credenciada a realizar o processo.
Tecnicamente, o método de certificação identifica riscos, probabilidades, severidade, possibilidade de detecção e pontos críticos de controle. A avaliação envolve a coleta de dados nos 140 pontos críticos já citados, que são a base do diagnóstico.
A base da certificação é o Protocolo FMEA, sigla para Failure Mode and Effects Analysis, que em português significa análise de modo de falha e dos efeitos. Segundo a Embrapa, o FMEA é uma metodologia usada para avaliar e prevenir possíveis falhas ou problemas num processo, produto ou sistema. Quando usada, a análise FMEA identifica as diferentes maneiras pelas quais um sistema pode falhar, avaliando as consequências das falhas e priorizando as ações corretivas para mitigar ou eliminar os riscos associados a elas.
Um dos setores que mais adota a FMEA é a aviação, em função da qualidade e confiabilidade do processo. Além de identificar onde e como um sistema falha, a análise serve ainda para avaliar o impacto que essas falhas podem ter, de acordo com Bruno Campos de Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, em depoimento ao site de notícias da Embrapa.