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Sistema Pontal inova metodologia de ILP

Experiência da Embrapa em parceria com a JP Agropecuária, no Mato Grosso aprimora integração lavoura-pecuária (ILP)

Redação

em 17 de março de 2023


Sigla para integração lavoura-pecuária, o ILP é uma técnica conhecida e estimulada pela sua sustentabilidade ambiental e pelos ganhos na criação animal. Agora, um novo experimento da Embrapa, em associação com a JP Agropecuária, agregou melhorias à técnica. Empregado na Fazenda Pontal, em Nova Guarita (MT), o aprimoramento foi nomeado como Sistema Pontal pelos especialistas. Resumidamente, a melhoria possibilita inverter a estação de monta e aumentar a produtividade da pecuária de corte.

De acordo com a Embrapa, o sistema permite aumentar a produtividade e reduzir o ciclo da pecuária. O processo mescla a ILP com a maior oferta de forragem durante o período seco do ano e é sustentado por três pilares: a própria integração lavoura-pecuária, o manejo de pastagens, que possibilita maior taxa de lotação no período chuvoso, e a estação de monta invertida, que viabiliza o nascimento de bezerros na seca.

O perfil da fazenda do Mato Grosso também pesou no processo, ao combinar pecuária e agricultura. Desde 2002, os produtores da Fazenda Pontal começaram a utilizar lavouras para recuperar pastagens. Pouco depois adotaram o Sistema Santa Fé para consorciar milho com braquiária na reforma dos pastos. A melhoria da qualidade da forragem trouxe a preocupação com o melhor aproveitamento do alimento e com a busca por maior produtividade.

ILP melhora produção de forragem

Com apoio de pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT), os produtores da fazenda passaram a utilizar forrageiras mais modernas, como as cultivares BRS Paiaguás, BRS Piatã e Xaraés, obtendo maior produção de forragem e também melhora na produção de soja, graças à palhada de melhor qualidade. O uso do resíduo da adubação da lavoura passou a beneficiar o capim, gerando um ciclo produtivo virtuoso dentro da propriedade, possibilitando o aumento da taxa de lotação.

“Com 50% da área produtiva da fazenda com soja na safra, todo o rebanho fica nos 50% restantes, com taxa de lotação de até três unidades animal por hectare (UA/ha), enquanto a média da pecuária brasileira é de cerca de 0,5 UA/ha. A partir de março, com os novos pastos formados após a colheita da soja, 100% da área produtiva passa a ser ocupada pela pecuária, com um novo pico de produção de forragem”, detalha a reportagem da Embrapa.

O resultado final é que, com bons pastos na estação seca, o uso da integração lavoura-pecuária resolveu boa parte do maior gargalo da pecuária no Centro-Oeste brasileiro, que é a falta de forragem no inverno. Na avaliação da Embrapa, isso possibilitou a inversão da estação de monta, ou seja, a inseminação artificial das novilhas deixou de ser feita de outubro a dezembro e passou a ocorrer entre julho e setembro. Com isso, os bezerros passam a nascer entre março e julho e são desmamados no período chuvoso.