regulação antidesmatamento

Tecnologia pode ajudar agro na regulação antidesmatamento da UE

Plataforma combina recursos de TI e geotecnologia e pode auxiliar produtores com transparência de dados

Redação

em 17 de abril de 2024


A polêmica regulação antidesmatamento da União Europeia (UE), que pode afetar vários segmentos do agro brasileiro, também pode ser um ponto de partida para melhorias. A tecnologia, neste caso, é o co-piloto da jornada positiva. Um dos exemplos é a startup Vega, fundada em 2018 e especializada no uso combinado de TI e geotecnologia. A empresa desenvolveu a plataforma Lyra, que realiza o monitoramento e diagnóstico da produção agrícola e permite a conformidade com os padrões instituídos pela UE e a implementação de medidas corretivas, para garantir operações sustentáveis.

Segundo o site Agroin, a tecnologia proporciona rastreabilidade da origem dos produtos, resolvendo desafios enfrentados por setores como soja e café, ao fornecer dados sobre práticas adotadas em cada etapa da produção. Estes dois segmentos, aliás, são exemplos para as demais áreas do agro. Segundo levantamento do jornal Ecological Economics, as duas commodities apresentam as melhores condições de entrar em conformidade com a regulação: o café atingiu um percentual de 89% de atendimento às regras, enquanto a soja chegou a 64%.

Plataforma contribui para a rastreabilidade

Em sua jornada digital, a Vega sugere um roteiro para uso da tecnologia na gestão de riscos e maior transparência da cadeia produtiva, começando com o cruzamento das características do imóvel rural com aspectos ambientais, como o combate ao desmatamento. Essa etapa permite evitar danos reputacionais e garantir a sustentabilidade das cadeias de fornecimento, ao mesmo tempo em que promove transparência sobre as práticas agrícolas adotadas pelos produtores. Essa transparência é fundamental para atender às novas diretrizes do mercado e impulsionar o desenvolvimento sustentável dos negócios.

Para os especialistas, o processo deve envolver, também, investimentos públicos em assistência financeira, técnica e de capacitação para os pequenos produtores se adequarem à legislação. Essa ação complementaria o interesse privado em reduzir o desmatamento, por meio de iniciativas que promovam a sustentabilidade – que, aliás, é um cenário que vem sendo observado nos últimos anos.