Embrapa mapeia Girolando com resistência à mudança climática

Segundo uma pesquisa da Embrapa Leite, 30% da produção anual é perdida devido às  elevações de temperatura e ondas de calor registradas no Brasil. A boa notícia é que a análise de dados genéticos pode beneficiar a produção bovina no enfrentamento de mudanças climáticas. Este é o enfoque da pesquisa que mapeia animais da raça Girolando, com mais resistência ao aquecimento de temperaturas.

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As altas temperaturas registradas no país podem provocar um quadro de estresse térmico no animal. O calor é capaz de afetar diretamente a produção, além de influenciar no processo produtivo do rebanho e, em casos severos, pode até provocar a morte do gado. Os animais estão suscetíveis ao estresse térmico por meio da combinação de alta temperatura e elevada taxa de umidade relativa do ar. Isso afeta o gado, especialmente quando a umidade relativa do ar for igual ou superior a 95%.

De acordo com a publicação oficial da Embrapa, o genoma da raça foi estudado em busca de identificar animais com maior resistência às mudanças climáticas, por meio do Índice de Temperatura e Umidade (ITU). Quanto mais resistente ao calor, maior é o índice genômico do animal. A iniciativa faz parte do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG).

Em casos de temperaturas acima de 32ºC, o estresse térmico pode ser atingido com um índice menor de umidade relativa do ar. Em entrevista à Embrapa, o pesquisador Marcos Vinícius Silva explica que existem raças com maior tolerância ao calor, como o Gir Leiteiro. Essa raça possui mais resistência a altas temperaturas do que o Girolando, sendo que as duas fazem parte do cruzamento genético que torna o animal mais “resistente e produtivo”.

A pesquisa da Embrapa concluiu que indivíduos da mesma espécie podem apresentar maior tolerância às mudanças de temperatura. O estudo analisou 650 mil controles leiteiros no Brasil, usando informações como produção dos animais e ordenha, além do índice ITU.