Zebu carbono neutro ganha força entre produtores 

A busca da pecuária carbono neutro está no radar dos produtores da raça zebu. O assunto ganhou força durante a recente ExpoZebu, evento que incorporou o 1º Seminário Zebu Carbono Neutro. A iniciativa da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) aposta em parcerias para alavancar esse mercado, segundo reportagem do Globo Rural. Os temas discutidos envolveram desde o que é o mercado de carbono até a regulamentação e monetização dessa nova frente.

Entre os pontos de vista ouvidos no seminário estão o fato de que a pecuária carbono neutro é uma exigência mundial e partiu dos consumidores. Outra avaliação dos produtores é que é necessário estabelecer parcerias entre associações como a ABCZ, sindicatos e traders, entre outros participantes da cadeia de produção bovina. A união de forças também deve envolver os municípios e secretarias estaduais de regiões produtoras. 

A monetização, um dos assuntos mais visados, foi destacada pela advogada especialista em direito socioambiental e palestrante do seminário, Samanta Pineda. Ela detalhou um roteiro básico para o processo, desde o mapeamento do que se pode melhorar nas fazendas, incluindo uso de biocombustíveis, até os trâmites burocráticos para quantificar os créditos e vendê-los. Um dos desafios listados por ela é a regulamentação do tema no Brasil, que ainda não colaboraria para a potencialização do mercado de carbono. 

É importante lembrar que o Brasil já possui protocolo de produção de carne de baixa emissão de carbono, o Low Carbon Brazilian Beef (LCBB), criado pela Embrapa. Dados da instituição mostram que, com o manejo adequado do sistema de produção pecuária, é possível ter 125% a mais de animais por hectare e um peso de cobertura/ha 163% superior ao manejo convencional. “Tudo isso garante a qualidade do produto final, a fixação de carbono no solo e o controle das emissões de metano”, detalha um documento oficial da Embrapa sobre o tema.