boi gordo

Arroba do boi gordo deve ser estável ou alta em 2024

Alcides Torres, analista da Scot Consultoria, aposta na recuperação em relação a 2023 e mercado tem margem para melhoria

Redação

em 9 de maio de 2024


O mercado de boi gordo deve apresentar uma melhora em 2024 em relação ao ano passado, na avaliação do analista de mercado Alcides Torres, da Scot Consultoria. Ele acredita que segmento ainda não chegou na melhor fase do ciclo, o que significa que há margem para ampliações. “Por essa perspectiva, podemos esperar que a arroba do boi gordo flutue entre estabilidade e alta em 2024. A escalada mais intensa, porém, deve começar somente em 2025”, detalhou o consultor, em reportagem do site Compre Rural

Ele aponta ainda que a retomada prevista para 2025 marcará o início da fase de alta do ciclo pecuário. O especialista lembra que o mercado do boi gordo é dinâmico e pode variar segundo estímulos e decisões que são tomadas todos os dias, no mundo inteiro. A dica do consultor é de que o pecuarista mantenha-se informado, seguindo o noticiário do setor e também participando de eventos especializados, nos quais possa trocar experiências com outros produtores. 

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No começo do quarto trimestre do ano passado, as informações confirmam a avaliação de Torres. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o mercado de boi gordo apresentava alta de preços, mas sem grandes movimentos agressivos. A estabilidade tem sido pautada pela postura de contenção dos pecuaristas e por fatores como as boas condições de pastagem. A palavra-chave, nesse caso, é estabilidade.

Exportações voltaram a crescer em março

A avaliação do Cepea, da Esalq/USP, é mais conservadora e indica uma queda de quase 10% em São Paulo, o que tem levado produtores a limitarem a oferta de animais desde o final de março. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, as condições insatisfatórias das pastagens em muitas regiões dificultam a obtenção de animais com desenvolvimento adequado. No atacado da Grande São Paulo, levantamento do Cepea mostra que o mercado da carne com osso segue em ritmo lento, sem exigir pressão de compra pelos frigoríficos, que continuam com escalas confortáveis. 

O indicador otimista está nas exportações. Depois de caírem entre fevereiro e março, voltaram a crescer em abril. Dados da Secex apontam que, na primeira semana do mês, foram 54,7 mil toneladas de carne bovina in natura escoadas pelo Brasil, o equivalente a mais de 10 mil toneladas in natura por dia. Se mantido esse ritmo, a demanda de frigoríficos pode se intensificar e trazer algum ânimo a pecuaristas, especialmente aos paulistas.