Foto: Divulgação
apas
Foto: Divulgação

Apas Show 2024: Marfrig e BRF reforçam compromisso com a sustentabilidade

Em um estande de quase 900 m², as empresas apresentaram novos produtos e destacaram o compromisso com a sustentabilidade, por meio do Programa Verde+

Redação

em 16 de maio de 2024


Durante a Apas Show 2024, Marfrig e BRF dividiram o espaço do estande de exposições, em uma área de 873 m². Além do lançamento de novos produtos, um dos destaques da instalação foi uma ativação interativa, na qual os visitantes puderam conhecer o Programa Verde+, focado na sustentabilidade da cadeia produtiva, que é um grande pilar da Marfrig. 

No estande, geladeiras digitais apresentaram os produtos, em uma ação que dispensou o uso de cortes físicos. Dentre os lançamentos, os visitantes puderam conhecer cortes nobres, importados do Uruguai e da Argentina, que no Brasil serão comercializados pelas marcas Bassi, Bassi Stars e Montana Steakhouse. Outra novidade foi o anúncio de lançamento de novos cortes porcionados Bassi, para atender à crescente demanda por embalagens individuais, o que reflete, também, uma mudança no perfil de consumo. 

Também de olho no comportamento dos consumidores, a BRF apresentou itens das marcas Sadia e Perdigão, com novidades como produtos com menos gordura na composição e apresentações em embalagens individuais. A linha Sadia Bio, que também foi lançada durante a feira, traz a proposta de rastreabilidade da cadeia produtiva. Os produtos desta linha têm diferenciais como a criação de aves livres de gaiolas e em condições adequadas de espaço e iluminação, além de serem certificados pelo World Quality Services, que atesta que as aves não recebem antibióticos terapêuticos, preventivos ou melhoradores de desempenho.

Consumidores querem conveniência e saúde

Esse movimento das duas companhias está alinhado com uma das grandes tendências apontadas pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), durante a Apas Show 2024 – realizada no Expo Center Norte, na capital paulista, até esta quinta-feira (16 de maio). 

Em parceria com as empresas de pesquisa Scanntech e Shopper Experience, a Apas divulgou, no primeiro dia do evento, o estudo “Comportamento do Consumidor”, que apontou, dentre as principais tendências, a busca (e preferência), por parte dos consumidores, por produtos alimentícios mais saudáveis e, também, por conveniência. O levantamento considerou uma amostra de 1.047 pessoas, acima de 18 anos, em todo o Brasil.

No caso da adoção de hábitos alimentares saudáveis, 57% dos entrevistados afirmaram que procuram manter uma boa alimentação em suas refeições, o que significa um crescimento de 4% em comparação aos dados de 2023. “Percebemos que os produtos saudáveis cresceram de forma acelerada em todas as cestas, com os perecíveis em alta”, destacou Felipe Queiroz, economista da Apas.

Já a questão da conveniência foi observada em vários aspectos, para além das porções menores, que atendem ao público que vive sozinho ou integra famílias menores.

Embora sete em cada 10 consumidores afirmem frequentar mais de um ponto de venda, quando questionados sobre o que os leva a concentrar as compras em uma única loja, 34% apontam o “preço baixo” como fator principal. Em seguida, são relatadas prioridades como “praticidade/comodidade” (o que indica conveniência)” com 18%; “tem tudo que necessito (conveniência)”, com 15%; “localização (conveniência)”, com 14%; “promoções e ofertas” (10%); “confiança na loja” (10%); “variedade de produtos” (7%); “otimização de tempo (conveniência)”, com 7%; “agilidade no atendimento e entrega (6%); “qualidade dos produtos” (5%); “bom atendimento” (4%); e melhor custo-benefício (3%).

“Ou seja, tais resultados mostram que aspectos associados à conveniência representam mais de 50% das menções. Isso é um dado muito importante”, disse Carlos Corrêa, diretor-geral da Apas.

apas
Carlos Corrêa, diretor geral da Apas (Foto: Divulgação)

O levantamento ainda mostrou que, entre 2023 e 2024, os gastos médios em compras em supermercados diminuíram ligeiramente entre todas as classes sociais: classe A (R$ 2.741,87 em 2024, contra R$ 2.909,62 em 2023), classe B (R$ 1.097,08 em 2024, contra R$ 1.192,12 em 2023) e C (R$ 686,44 em 2024, contra R$ 767,26 em 2023).

Nesta edição, a Apas Show contou com mais de 850 expositores, sendo 200 internacionais, em uma área de 78 mil m², e a perspectiva é de ultrapassar os R$ 14 bilhões em negócios. Durante a solenidade de abertura do evento, a Apas anunciou a doação no valor de R$ 1 milhão, para auxiliar as vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Pedro Lopes.

Congresso Apas mostra visão de sustentabilidade

Paralelamente à feira, aconteceu um congresso focado em gestão, com o tema “Update-se!”, que se propõe a discutir as tendências para o futuro do setor. O Centro de Excelência em Varejo da FGV (FGVCev) foi responsável pela curadoria dos temas das apresentações. 

Andrea Bell, VP de Consumer Insights da WGSN, trouxe uma visão ampla do que o mercado pode esperar para o futuro. “Uma das grandes transformações que estão por vir é o cenário de policrise. Vivemos (e viveremos) um cenário de crises constantes, em sequência e simultaneamente. Crises financeiras, crises políticas, climáticas, guerras, conflitos sociais, entre muitas outras questões. Para lidar com as adversidades, o gerenciamento de riscos se torna cada vez mais importante”, ressaltou. 

A especialista mencionou, também, que os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade. “A natureza deve fazer parte das estratégias das empresas”, disse, reforçando que esse conceito é muito mais amplo do que apenas a preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente. “Estamos falando de decisões que têm a natureza como direcionador principal. Estamos nos refetindo à membros da equipe e até CEOs com formação e carreira nessa área de atuação”. 

Neste sentido, também mencionada durante o Congresso, uma pesquisa elaborada pela Glow mostra que os consumidores ainda não estão satisfeitos com o desempenho das indústrias nos quesitos de ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança). O estudo apontou que, no último ano, um em cada quatro consumidores trocou de marca de alimentos e também substituiu seus pontos de compra, em função da baixa preocupação destes com a sustentabilidade. Segundo a Nielsen IQ, os consumidores esperam que as marcas de alimentos e, também, os supermercados e outros pontos pontos de venda, façam mudanças tangíveis em seus negócios, de forma a reduzirem seu impacto no planeta.