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Conheça 4 práticas da pecuária para a sustentabilidade ambiental

Exportações de carne bovina brasileira estão aumentando na mesma medida em que a sustentabilidade ambiental é colocada em prática

Redação

em 19 de fevereiro de 2024


O Brasil é um dos líderes mundiais na produção pecuária, com cerca de 234 milhões de animais, segundo a Embrapa, que apontou que em 2020 o país já tinha o maior rebanho bovino do mundo. De lá pra cá, as exportações continuam seguindo tendência de crescimento e a previsão é de que elas aumentem ainda mais diante dos novos contratos de exportação de carne bovina brasileira para países asiáticos. O ano de 2023 registrou 256,1 mil toneladas de carne bovina exportadas, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Isso coloca o Brasil em uma posição de destaque, principalmente no que diz respeito à qualidade do produto e à prática da pecuária sustentável, em harmonia com o meio ambiente.

O conceito de pecuária sustentável engloba uma produção baseada em responsabilidade social, ambiental e preocupada com o bem-estar animal. Além disso, é preciso que a prática seja economicamente viável para os produtores, garantindo a eficiência do processo produtivo no campo. 

Diante disso, confira 4 práticas imprescindíveis para a pecuária, que contribuem para a sustentabilidade ambiental do processo. Veja a seguir. 

1. Manejo das pastagens

O manejo das pastagens é uma das mais importantes práticas que garantem a pecuária sustentável. Isso porque a técnica evita a queima acidental e recicla o carbono. Esse processo, além de aumentar o carbono orgânico no solo, reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa. Muitas vezes, o manejo tradicional (contínuo) degrada o solo e as pastagens. Enquanto isso, o rotacionado possibilita o crescimento forrageiro.

2. Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)

Os sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) estão entre uma das principais soluções que garantem produção agropecuária estratégica, capaz de neutralizar as emissões de metano (o principal gás de efeito estufa gerado na agropecuária). Nesse sentido, as árvores estabilizam o carbono e melhoram a fertilidade do solo. Outro dado importante é que elas regulam a fotossíntese, apoiando o crescimento da pastagem. A sombra das árvores favorece o bem-estar animal e, por consequência, otimiza a produtividade.

3. Aumento da produtividade

Com o aproveitamento conjunto da terra, que permite o plantio diversificado e, ao mesmo tempo, a coexistência da pecuária, a atividade se torna ainda mais produtiva. A eficiência reprodutiva associada ao melhoramento genético resulta no aumento da produtividade, o que também melhora o balanço das emissões de carbono. 

3. Preservação do meio ambiente

Neste sistema, a mata ciliar nativa é imprescindível, uma vez que manter a água de superfície é extremamente importante. O uso de bebedouros também faz parte da estratégia para a preservação dos recursos hídricos.

Para Joaquim Leite, ex-ministro de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, o agro é parceiro importante nas ações do clima. “Não é multar, reduzir e culpar o produtor, mas, sim, inovar, empreender e incentivar. Os empreendedores do agro são parceiros importantes neste imenso desafio de reduzir as emissões de gás metano, recebendo incentivos para tratar resíduos e produzir energia, além de gerar produtos agregados. O agro é amigo e parceiro nestas ações que buscam alcançar e beneficiar tanto o empreendedor quanto a natureza”.