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Agricultura de precisão é maior necessidade do agro

Levantamento da SAE Brasil, em parceria com a KPMG, lista as oportunidades tecnológicas no setor

Redação

em 12 de março de 2024


Um conjunto de tecnologias, incluindo geoprocessamento, piloto-automático nos equipamentos e aplicação por taxa variada, está na lista de prioridades do agronegócio brasileiro. Essa é uma das conclusões da pesquisa Caminhos da Tecnologia no Agronegócio, encomendada pela SAE Brasil e executada pela consultoria KPMG.

Em sua primeira edição, o levantamento mostra que as tecnologias citadas acima, resumidas no termo agricultura de precisão, foram indicadas como prioridade por pouco mais de um terço dos pesquisados (33%). Não se trata de recursos desconhecidos, mas de técnicas já adotadas, porém não por todos.

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O mapeamento de demandas tecnológicas mostra, ainda, um segundo grupo de prioridade (apontado por 27% dos entrevistados), que inclui a eletrificação e maior utilização de biocombustíveis nos equipamentos agrícolas.

Outra conclusão importante do estudo é que se as ferramentas digitais forem incluídas no conceito de agricultura de precisão, os dois itens sobem para uma participação de 54% como maior demanda tecnológica do setor. Essa percepção é maior entre as cooperativas e grandes produtores do que entre os agricultores familiares.

Desafios do agro

A pesquisa também mostra que o maior desafio do agro é a capacitação, apontada por quatro entre cada 10 entrevistados. E essa necessidade não se restringe aos colaboradores, mas atinge o produtor, mesmo o Brasil sendo um player global no segmento.

A criticidade do tema pode ser observada por algumas estatísticas, como o nível de analfabetismo no campo: em 2006, o IBGE apontou que ele era de 24%. O censo de 2017 indicou que ele havia caído para 23%, ou seja, praticamente não mudou em 11 anos.

Existe ainda outra pedra no caminho da tecnologia e ela se chama conectividade. A dificuldade de acesso foi apontada por 40% dos respondentes, o que causa uma preocupação evidente quando a maior demanda do setor é a agricultura de precisão. Sete em cada dez propriedades rurais no país não têm ainda acesso à internet.

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Duas iniciativas para melhorar esse cenário – Conectar Agro e Campo Conectado – levaram à cobertura de cerca de 18 milhões de hectares com infraestrutura de telecomunicações entre 2019 e 2022. Cerca de 23% da área total cultivada de grãos já estariam cobertos, segundo o levantamento da SAE Brasil.

As oportunidades também existem para área de equipamentos agrícolas e um terço dos pesquisados torce pela volta de incentivos à compra de máquinas.

O levantamento foi iniciado em 2023 e finalizado no começo de 2024, com a meta de capturar e analisar os estímulos que levam os produtores rurais a investirem em novas tecnologias, as tendências tecnológicas que estão sendo trabalhadas e a visão sobre sustentabilidade e transição enérgica na cadeia do agronegócio.