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COP 28: Canadá quer reduzir suas emissões entre 40% e 45% até 2030

A meta de redução de emissões está entre as Contribuições Nacionalmente Determinas (NDC) do Canadá

Joao

em 31 de agosto de 2023


O Canadá participa da COP 28 com um roteiro de net zero, ou seja, de reduzir a zero as emissões de gases de efeito estufa (GEE), até 2050. O objetivo está em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), que também destacam a meta de diminuir as emissões entre 40% e 45%, tendo 2005 como ano-base. Grande como o Brasil, cuja agenda mira no potencial agro, a pauta da nação norte-americana envolve desafios de um país-continente.

Um dos destaques do país é a Estrutura Pan-Canadense para Crescimento Limpo e Climate Change (PCF), o primeiro plano nacional de mudança climática do Canadá para reduzir as emissões de GEE, feito em 2016, e que que inclui a aceleração do crescimento econômico limpo e a criação de resiliência a um clima em mudança.

O PCF foi desenvolvido tendo em mente a extensão territorial do país e inclui um trabalho conjunto com as províncias e territórios, além de contribuições de povos indígenas, empresas, organizações não-governamentais e órgãos canadenses de governo. O programa possui recursos federais individuais e conjuntos, medidas provinciais e territoriais, sob quatro pilares: precificação da poluição por carbono; complementação das ações de redução de emissões; adaptação e resiliência climática; e tecnologia limpa, inovação e empregos.

Entre os alvos do plano canadense estão as moradias no país, uma vez que casas e prédios respondem por 13% das emissões de GEE do Canadá. Já a eletricidade usada para refrigeração, iluminação e eletrodomésticos eleva o total para 18%. “Investir em eficiência energética e na troca de combustível no estoque de construção do Canadá resultará em benefícios imediatos”, afiança o documento oficial sobre NDC do país.

Canadá na COP 28: investimentos em energia limpa e construção resiliente

A ideia é preparar o país para ter um cenário de construção resiliente, composto por edifícios de carbono líquido zero, alimentados por energia limpa, com capacidade para gerar mais empregos verdes. O apoio contínuo à inovação fornecerá um importante complemento aos códigos de construção, para garantir que as tecnologias de eficiência energética continuem a reduzir custos e emissões.

Outra frente de avanço prevista é a disponibilização de transporte e energia limpos e acessíveis a todos os canadenses. O setor é responsável por 25% das emissões no Canadá e a meta do país envolve, entre outras coisas, ter um sistema de transporte com desenvolvimento e implantação de tecnologias de emissões baixas — ou zero, e garantir que as empresas canadenses possam capitalizar as oportunidades de fabricação com emissão zero em peças e veículos.

Maior parte da energia no Canadá vem de fontes não emissoras

Dados oficiais do Canadá posicionam o país com uma matriz elétrica limpa, sendo que aproximadamente 82% de sua eletricidade é oriunda de de fontes não emissoras, como água, vento, solar e nuclear. Avançando, a ênfase será colocada na garantia de o país estar preparado para a eletrificação acelerada de setores-chave.

Notícias recentes indicam que o governo canadense aposta num avanço sobre combustíveis fósseis na COP 28. Segundo o site Argus Media, o ministro do meio ambiente do Canadá, Steven Guilbeault, acredita numa discussão mais amadurecida.

Ele também acredita que o mundo ainda estará usando combustíveis fósseis em 2050, mas aposta em uma demanda global de petróleo entre 25 milhões e 30 milhões de barris por dia, contra os atuais 100 milhões de barris por dia.

“O petróleo não vai mais ser usado principalmente para queima, mas sim para processos como asfalto e solventes, por exemplo”, afirmou. “Precisamos garantir que as emissões desses combustíveis fósseis sejam capturadas ou sequestradas de uma forma ou de outra”, acrescentou.