Carne com baixo carbono se populariza do Brasil à Suécia
Indústria avança na suplementação de bovinos para reduzir emissões de gases de efeito estufa e popularizar as carnes com baixo carbono
As tecnologias na suplementação de bovinos têm evoluído na busca por reduzir as emissões de gases de efeito estufa da cadeia agropecuária, e isso já começa a se refletir nas prateleiras de supermercados. Uma rede de supermercados sueca chamada Coop, por exemplo, já oferece com destaque a carne bovina com “baixo metano”.
No Brasil e em outras partes do mundo, o alimento com zero ou baixo teor de emissão na cadeia produtiva da carne também já é realidade. A Marfrig, por exemplo, oferece desde 2020 a Marca Viva, com carne de carbono neutro. Segundo Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig na América do Sul, a carbono neutro condensa abrange metas dos escopos 1 e 2 de emissões do GHG Procotol, além de endereçar as principais metas do escopo 3, de acordo com as recomendações da Science Based Targets.
Voltando à rede sueca de supermercados, é possível encontrar uma edição limitada de carne moída, lombo bovino e filé mignon com a bandeira de “baixo metano” na embalagem de lojas selecionadas. O alimento é proveniente de gado alimentado com algas vermelhas, um suplemento que visa reduzir a produção de metano no trato digestivo dos bovinos.
Segundo a Volta Greentech, uma startup sueca que cultiva algas marinhas, firmou parceria com a Coop para levar os alimentos ao mercado sueco.
As carnes são oferecidas em embalagem que apresenta o desenho de uma vaca mastigando algas marinhas e um texto em sueco explicando seus benefícios. A tradução do que está escrito seria: “O segredo? As vacas arrotam e soltam menos pum graças à nossa pré-adição de algas na dieta”.
Um bovino produz, em média, 100 quilos de metano por ano, e isso equivale à queima de mais de 3,4 mil litros de gasolina, já que o metano é cerca de 80 vezes mais poluente que o gás carbônico (CO2). Com o uso de algas marinhas em sua alimentação, é possível reduzir as emissões dos animais em 80% ou mais, segundo estudos de mercado.
Além da Marfrig e da rede de supermercados sueca Coop, outras marcas estão apostando na redução da pegada de carbono de seus negócios. A Ben & Jerry’s, por exemplo, está testando algas marinhas com alguns de seus fornecedores de laticínios para produzir seu sorvete.