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COP27 não pode ter promessas vagas a comunidades vulneráveis

O financiamento aos países pobres é tema de destaque de entidades como IFRC, IPCC e a própria presidência do evento

Redação

em 10 de novembro de 2022


A IFRC, maior rede humanitária do mundo, composta por 192 Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, alerta que o mundo não poderá suportar promessas vagas como resultado da COP27, o evento global mais importante sobre mudanças climáticas. E acrescenta um dado importante: novos dados mostram que nenhum dos 30 países mais vulneráveis ​​do mundo está entre os 30 maiores receptores de financiamento de adaptação per capita.

Apesar de considerar que nenhuma região do mundo é poupada dos impactos devastadores da crise climática, a IFRC destaca que as comunidades mais vulneráveis ​​aos seus efeitos estão recebendo menos ajuda. Durante a Conferência, a Federação pedirá aos líderes mundiais que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem significativamente o financiamento aos países mais vulneráveis. 

Dados da entidade mostram que nos últimos 10 anos, 86% de todos os incidentes causados ​​por desastres naturais tiveram relação com eventos climáticos, matando pelo menos 410 mil pessoas e afetando mais 1,7 bilhão. 

Mais sobre comunidades vulneráveis na COP27

O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022 mostrou, pela primeira vez, que as mudanças climáticas já estão contribuindo para crises humanitárias, com uma estimativa de 3,3 a 3,6 bilhões de pessoas vivendo em contextos vulneráveis ​​às mudanças climáticas.

“Aumentar o financiamento da adaptação é fundamental para ajudar os países a lidar com os impactos das mudanças climáticas e se preparar para o futuro, mas a nova análise da IFRC demonstra que o financiamento não está chegando aos lugares e comunidades que mais precisam”, explicou Caroline Holt, diretora de Desastres, Clima e Crises da IFRC. 

Segundo ela, o financiamento da adaptação ao clima é, em média, inferior a 1 franco suíço (cerca de R$ 5,2) por pessoa em países onde a vulnerabilidade é mais alta. 

Financiamentos à vulneráveis

Nesta COP27 a necessidade de que países mais desenvolvidos aportem recursos a países mais vulneráveis economicamente parece mesmo a tônica do evento. No primeiro dia do evento (06) os líderes de nações adentraram a madrugada discutindo o assunto em Sharm el-Sheikh, sede do evento no Egito.

Abdel Fattah El Sisi, presidente da COP27, disse que o financiamento para perdas e danos “é reconhecido pela maior parte da comunidade internacional como fundamental”, já que as comunidades vulneráveis são as primeiras que mais sofrem com a crise climática.