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COP27: Grandes empresas brasileiras se unem para preservar florestas

Marfrig, Itaú Unibanco, Santander, Suzano, Vale e Rabobank criam empresa para restaurar, conservar e preservar florestas

Redação

em 14 de novembro de 2022


As grandes companhias brasileiras se juntaram para criar uma empresa dedicada à restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil. O anúncio foi feito neste sábado durante a COP27, principal evento internacional sobre mudanças climáticas que está acontecendo no Egito. 

O objetivo da iniciativa é, ao longo de 20 anos, atingir uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A área é equivalente ao território da Suíça ou do estado do Rio de Janeiro. 

“A Biomas contribuirá para tornar a cadeia de fornecimento da Marfrig mais sustentável por meio da pecuária de baixo carbono, que concilia produção com conservação ambiental. Também contribui para a nossa meta de produção 100% livre de desmatamento e para transmitir, aos pecuaristas, melhores práticas ESG”, afirmou o diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig, Paulo Pianez. 

Biomas: em favor das florestas

Inicialmente chamada de Biomas, a empresa nasce com planos de restaurar 2 milhões de hectares de áreas degradadas, a partir do plantio de aproximadamente 2 bilhões de árvores nativas, em um modelo de negócios em larga escala. A empresa também conservará e preservará 2 milhões de hectares.

A expectativa do grupo formado por grandes companhias com presença global é, além dos benefícios ambientais da iniciativa em si, contribuir para estimular o desenvolvimento regional e o fortalecimento das comunidades locais com seu envolvimento na cadeia de valor.

A Biomas contará com um aporte inicial de R$ 20 milhões de cada sócia, a serem destinados a suportar os primeiros anos de atividade da empresa. O objetivo da Biomas é promover um modelo de negócio sustentável também do ponto de vista financeiro, viabilizando cada projeto de restauração, conservação e preservação a partir da comercialização de créditos de carbono. 

“Reunimos a força dessas empresas em uma iniciativa inédita no mundo para promovermos um movimento de impacto positivo, com condições efetivas de gerar e compartilhar valor com comunidades locais e o meio ambiente a partir da promoção de ações de restauração, conservação e preservação. Não há mais tempo para promessas, é hora da ação” diz presidente da Suzano, Walter Schalka.

Da COP27 para o Brasil

A aliança lançada na COP27 prevê, entre remoções e emissões evitadas, reduzir da atmosfera aproximadamente 900 milhões de toneladas de carbono equivalente durante o período de duas décadas. Além disso, estima-se que a nova empresa contribuirá para a proteção de mais de 4.000 espécies de animais.

A primeira etapa do projeto consistirá na identificação e prospecção de áreas, fomento a viveiros para produção em escala de árvores nativas, engajamento de comunidades locais nas atividades da empresa, discussão sobre aplicação do projeto em áreas públicas, parceria com plataformas de certificação de créditos de carbono e a implementação de projetos pilotos. A partir de 2025, o objetivo é ampliar a escala até alcançar a meta de 4 milhões de hectares.

A conclusão da operação está sujeita às aprovações regulatórias usuais para este tipo de transação.