descarbonizacao no brasil

Descarbonização caminha bem no Brasil, segundo presidente da Abag

Em entrevista para a Exame, Caio Carvalho, da Abag, mostrou avanços de descarbonização como o ILPF

Redação

em 17 de outubro de 2022


O Brasil é protagonista na luta pela descarbonização, mas ainda precisa de mais parcerias público-privadas. A avaliação é de Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Em entrevista para a Exame, o executivo assumiu uma nova gestão na entidade, que comandou de 2012 a 2018. De acordo com Carvalho, o protagonismo do agro brasileiro ainda envolve questões importantes como a segurança alimentar e a segurança energética. 

“Como líder no mundo tropical, com elevada capacidade competitiva, o agro brasileiro dependerá, essencialmente, de contínuos investimentos em pesquisa e desenvolvimento nessa nova fase do Agro 5.0 para o qual o Brasil se esforça para atingir”, disse o executivo em entrevista à revista Exame. “Do mesmo modo, ações no campo da diplomacia serão fundamentais para a presença proativa do Brasil e seu agro no mercado internacional”, reforçou. 

O presidente da Abag também destacou os desafios para a descarbonização, principalmente com a conjuntura negativa do conflito na Europa, combinado ainda com efeitos remanescentes da pandemia. “Temos custos elevados e juros altos, com uma logística global que atrapalha a oferta e a volta da demanda por produtos, de uma forma geral”, contextualizou. 

ILPF e outras avanços de descarbonização no Brasil

Carvalho chamou a atenção ainda para retrocesso, principalmente nos países europeus, com a volta ao carvão mineral, e tendências de vista grossa às áreas preservadas ambientalmente para novo cultivo de agricultura. O motivo seriam as ameaças de insegurança alimentar e energética.

No Brasil, porém, ele vê avanços, inclusive com a expansão da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), além da matriz energética limpa, com o etanol, a bioeletricidade, o biogás e o biometano, e com o biodiesel. 

“O grande avanço a realizar é a maior integração público-privada no sentido de injetar maior confiança nos investimentos nacionais e externos, de ações no sentido do desenvolvimento de um vigoroso mercado de carbono”, resume.