desperdicio de alimentos

Como combater o desperdício de alimentos e evitar a fome?

Conheça algumas estratégias sugeridas pela Connecting Food, foodtech brasileira de impacto social

Redação

em 6 de abril de 2023


Depois de oito anos, em 2022 o Brasil voltou a entrar no Mapa da Fome. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), pelo menos 125 milhões de brasileiros não têm condições de fazer três refeições diárias e, nada menos do que 33 milhões de pessoas passam fome. 

No mundo, o conflito entre Rússia e Ucrânia também trouxe instabilidades geopolíticas, causando aumento da inflação e insegurança alimentar. O tema está no radar das preocupações globais e foi alvo de discussões durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que reuniu lideranças mundiais no Egito.

Na ocasião, o debate mostrou que falta justiça climática, ou seja, que as populações mais vulneráveis estão mais sujeitas aos efeitos da mudança do clima, o que inclui desde secas extremas, que prejudicam a produção agrícola, até excesso de chuvas, que causam inundações e perda de produtos em estoque, dentre outros efeitos devastadores.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), nada menos do que 17% de todos os alimentos produzidos vão para o lixo, seja nas etapas de colheita, ou seja em residências, varejo, restaurantes ou outros serviços alimentares.

Por esta razão, é preciso avançar nos programas de gestão de alimentos, incluindo a doação de excedentes para equilibrar a fome. Para Alcione Pereira, especialista no assunto e CEO e Fundadora da Connecting Food, foodtech brasileira de impacto social, o Brasil deve avançar neste quesito, minimizando o desperdício. Em sua avaliação, a perspectiva é de que sejam criados novos incentivos para reduzir a fome de populações mais vulneráveis. Mas ela também destaca três prioridades para o combate ao desperdício.

1. Promoção da sustentabilidade

A indústria de alimentos tem papel importante no combate ao desperdício e à fome. A boa notícia é que, de acordo com a pesquisa “Climate Check 2022”, realizada pela Deloitte em colaboração com a Oxford Economics, 84% das empresas brasileiras já têm estratégias de mitigação, com a função de combater as causas e minimizar os possíveis impactos das mudanças climáticas. Além disso, 37% dos líderes destas organizações afirmaram, no levantamento, que suas organizações pretendem acelerar os esforços de sustentabilidade.

2. Engajamento

As empresas têm de estar engajadas às iniciativas para redução dos desperdícios, estratégia que inclui parcerias com outras entidades, como organizações não governamentais e até foodtechs, que são startups focadas em criar soluções para reduzir a insegurança alimentar.

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3. Tecnologia para reduzir o desperdício de alimentos

Isso também faz parte do trabalho das foodtech, embora exista uma séria de estratégias que podem promover soluções para o abastecimento, como o uso da blockchain para o rastreamento da cadeia de produção de alimentos e identificação de pontos de atenção nessa indústria.