Foto: Embrapa/ Divulgação
digitalizar o solo
Foto: Embrapa/ Divulgação

Embrapa usa tecnologia da Nasa para digitalizar o solo

Tecnologia para digitalizar o solo é capaz de viabilizar a gestão de indicadores de sustentabilidade e produtividade.

Redação

em 6 de julho de 2023


A Plataforma de Inteligência Artificial AGLIBS, desenvolvida pela Embrapa Instrumentação em parceria com a Agfintech Agrorobótica, reúne diferentes softwares e sensores e permite digitalizar o solo e as atividades agrícolas. Seu uso viabiliza o acesso à agricultura de precisão e a comercialização de crédito de carbono no mercado voluntário internacional, segundo a Embrapa.

A solução permite medir, reportar, verificar e comercializar o carbono extraído na atividade agrícola, além de gerir a fertilidade do solo e a nutrição das plantas. Assim, os especialistas conseguem controlar indicadores de sustentabilidade e produtividade, segundo a Embrapa.

Ao todo, a tecnologia analisa 22 parâmetros do solo, entre eles: o carbono quantitativo e qualitativo, textura (teores de areia, silte e argila), estoque de carbono, densidade, pH, e macro e micronutrientes.

Tecnologia da Nasa em solos brasileiros

A base da inovação é a tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), utilizada pela agência espacial norte-americana, a Nasa, para embarcar robôs à Marte para avaliar o solo do planeta. A novidade ainda foi aprovada pela certificadora Verra, responsável pelo principal programa voluntário de mercados de carbono do mundo, o Verified Carbon Standard (VCS).

digitalizar o solo
AGLIBS 1.0 – Robô com Inteligência Artificial para Análise de Solos na Agricultura – Foto: Silva, Joana/ Embrapa

A LIBS é uma técnica de espectro analítica rápida, reprodutível e limpa, de acordo com a pesquisadora da Embrapa, Débora Milori, que coordena o Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf). “Ela usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e, assim, determinar a sua composição química. Por ser uma técnica analítica direta, ela pode ser aplicada a uma grande variedade de amostras, em diferentes estados físicos da matéria”, explica Milori.

Leia também:
Digitalização de fazendas é desafio econômico

Além de inovador, o uso do LIBS é sustentável, porque permite a análise da composição química do solo sem um preparo de amostras e geração de resíduos químicos. Ele proporciona ainda a avaliação de mais de 1,2 mil amostras diariamente. A média das metodologias tradicionais é de 800 a 900 amostras mensalmente.

“É diferente dos métodos de análise de solos convencionais, que utilizam vários reagentes químicos para extrair esses nutrientes e usam mais de dez métodos de medidas diferentes para obter a mesma informação que o LIBS mensura com um único tiro laser”, disse o CEO da Agrorobótica, Fábio Angelis. Ele acrescentou que o hardware e o software da tecnologia está em fase de patentemento.