marcella molina

“Precisamos ir do discurso ao método para produzir, conservar e incluir”, diz Marcella Molina

Membro do Comitê de Sustentabilidade e profissional da área de exportação da Marfrig, Marcella conta como a sua geração está se preparando e sendo preparada para conduzir os negócios de forma sustentável

Redação

em 27 de abril de 2023


A nova geração está chegando ao mercado de trabalho com proposições e valores que devem mudar os padrões de consumo nos próximos anos, como identifica um estudo da Mckinsey. Nesse contexto, as organizações precisam se preparar para receber e para atender esse público jovem, que tem entre as premissas a sustentabilidade.

Aos 20 anos, Marcella Molina, membro do Comitê de Sustentabilidade e profissional da área de Exportação da Marfrig, é uma representante desse movimento. Filha do fundador do grupo, Marcos Molina, ela – assim como o irmão, Marcos Fernando Molina – trabalham desde bem jovens nos negócios para entendê-lo com amplitude e implantar visões modernas, como pedem os bons processos de sucessão corporativa.

Nesta entrevista, Marcella conta detalhes dessa jornada e mostra como o pensamento sustentável e responsável da sua geração, em conciliação com a produção, faz sim diferença, mas também precisa de apoio dos mais experientes. Acompanhe.

Como você avalia a agropecuária atual, em termos de sustentabilidade?

Ao decorrer do tempo, a agropecuária evoluiu muito, com o desenvolvimento de novas tecnologias, melhoramento genético e práticas sustentáveis para aplicar, como a integração lavoura-floresta-pecuária (LFP), melhorando a produtividade.

Como é o Programa Marfrig Verde+, nesse contexto?

O nosso programa tem como objetivo ter uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento e totalmente rastreada até 2030. A inclusão, conservação e produção junto com os produtores é fundamental. Com isso podemos citar nossos três pilares: mecanismos financeiros, assistência técnica e rastreabilidade, para que os produtores possam aplicar melhorias em seus processos. A Marfrig é a melhor empresa de proteína bovina no ranking da FAIRR 202,2 classificada como de ‘baixo risco’. Esses reconhecimentos mostram que a Marfrig está no caminho certo e é uma referência em sustentabilidade não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Você começou trabalhando nas áreas de confinamentos, nas fazendas, e chegou à Marfrig na área de auditoria. Como está sendo conduzida a sua trajetória no grupo?

Desde pequena aprendi com meus pais (Márcia e Marcos Molina) a importância do trabalho e de aprender na prática, estando perto do negócio. Ainda no segundo ano do ensino médio, comecei a trabalhar nos confinamentos, na gestão de estoque de gado. Pouco depois de começar a faculdade passei a integrar o Comitê de Sustentabilidade da Marfrig, e atuei na área de auditoria da empresa. Essa fase foi muito importante, pois me deu uma visão ampla de todas as áreas e processos da companhia. No Comitê de Sustentabilidade, onde ainda atuo, tenho a experiência de trabalhar com grandes mentes do Brasil e do mundo, como o Roberto Waack, o Marcelo Furtado, a Daniela Mariuzzo e, mais recentemente, a Ana Young – que passou a integrar o nosso Comitê no final do ano passado. Assim como, toda nossa equipe de sustentabilidade coordenada pelo Paulo Pianez, o nosso diretor de sustentabilidade na Marfrig. Depois da auditoria, passei por supply chain, e atualmente, estou trabalhando na área de exportação.

A sua presença na COP27, no Egito, no final do ano passado, foi um encaminhamento para esta nova fase?

A Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas é o evento climático mais importante do mundo. A Marfrig esteve forte no evento, onde lançamos principalmente a empresa Biomas, focada em reflorestamento e preservação, em conjunto com outras grandes organizações como Itaú, Santander, Rabobank, Suzano e Vale.

A geração Z, a qual você pertence, é reconhecida pela visão mais sustentável do que a das gerações anteriores. Como você avalia a sua atuação e a de seus pares nesse sentido?

É essencial. Nesse sentido, eu participo de algumas ações, sendo a principal delas a rede Uma Concertação pela Amazônia. Faço parte do grupo de jovens, o qual conta com diversos participantes da Amazônia Legal, buscando discutir, implementar e representar as juventudes nas principais discussões sobre a floresta.

O processo sucessório de empresas no Brasil – e em grande parte do mundo – é um desafio, dado que apenas 10,7% das companhias chegam à sua terceira geração sob a mesma gestão, segundo a Fundação Dom Cabral. Como você avalia esse processo na Marfrig?

Conhecer o negócio e as operações de ponta a ponta e aplicar os meus estudos da faculdade na prática, é algo que meus pais sempre cobraram de mim e do meu irmão. Por isso, começamos a trabalhar cedo e sempre busco me desenvolver e aprender com pessoas mais experientes e com muito tempo de trabalho na empresa.

Qual é a importância do evento Marfrig Verde+, realizado em abril em São Paulo e em maio em Londres, onde você é uma das speakers?

O evento é a prestação de contas do programa Marfrig Verde+. É nele que apresentamos para vários atores da sociedade, os resultados que alcançamos e as metas para os próximos períodos.