Escassez de água pode aumentar na agricultura, aponta estudo

Um novo estudo, publicado na revista Earth’s Future, da American Geophysical Union (AGU), mostra que as mudanças climáticas podem intensificar a escassez da água na agricultura. Segundo o site Ecodebate, o trabalho avaliou a demanda de água atual e as necessidades futuras.

Os números são claros: se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, a falta de água também deve ser ampliada em 84% das terras agrícolas, no período de 2026 a 2050.

Leia também:

Pecuária precisa de métricas padronizadas para medir gases de efeito estufa

Uma das inovações da pesquisa da AGU inclui o desenvolvimento de um novo índice para medir e prever a escassez de água nas duas principais fontes da agricultura. São elas: a água do solo que vem da chuva e é chamada de água verde, e a água proveniente da irrigação a partir da coleta em rios, lagos e águas subterrâneas, chamada de água azul.

O estudo, no entanto, aponta que as técnicas agrícolas que mantêm a água da chuva em solos agrícolas podem ajudar a mitigar a escassez em regiões áridas.

Práticas de conservação

Os pesquisadores destacam que várias práticas ajudam a conservar a água agrícola. Entre elas estão a cobertura morta, que reduz a evaporação do solo, o plantio direto, que incentiva a água a se infiltrar no solo, e o ajuste do tempo de plantio, que pode alinhar melhor o crescimento da cultura com a mudança dos padrões de chuva.

Além disso, a agricultura de contorno, em que os agricultores cultivam o solo em terrenos inclinados em fileiras com a mesma elevação, evita o escoamento de água e a erosão do solo. Outra ação é melhorar a infraestrutura de irrigação do solo.

“Como o maior usuário de recursos hídricos azuis e verdes, a produção agrícola enfrenta desafios sem precedentes”, disse Xingcai Liu, professor associado do Instituto de Ciências Geográficas e Pesquisa de Recursos Naturais da Academia Chinesa de Ciências e principal autor do novo estudo.

De acordo com ele, em depoimento para o site da AGU, o novo índice permite uma avaliação da escassez de água agrícola de maneira consistente.