exportacao

Volume de gado exportado é o segundo maior da história

Volume de exportação de gado subiu 13,54% em relação a 2020. No agronegócio, o cenário de 2023 é também de alta do faturamento com exportação

Redação

em 15 de agosto de 2023


O Brasil registrou, no primeiro semestre deste ano, o segundo maior volume de carne bovina in natura embarcado, considerando toda a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Foram 882,67 mil toneladas destinadas à exportação, 5,33% menos do que o recorde do ano passado. Porém, em relação a 2020, que sustentava a segunda posição no ranking, houve uma alta de 13,54%.

O resultado ocorreu mesmo diante da suspensão dos embarques à China, principal destino da exportação brasileira de carne bovina. A interrupção aconteceu por um mês, de meados de fevereiro ao de março.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-EsalqUSP) ressaltou que o volume escoado vem apresentando tendência de alta, mas o preço pago pelo produto vem caindo. Em junho, a média foi de US$ 5.054,1/tonelada, recuo de 0,88% frente ao de maio e 26% abaixo do de junho de 2022.

Exportação agrícola

exportacao

Já no agronegócio, o cenário é de crescimento da receita. O faturamento proveniente das exportações de produtos do agronegócio brasileiro iniciou 2023 novamente em alta, apesar de em um ritmo menos acelerado, de acordo com o Cepea.

O faturamento externo em dólares somou US$ 51 bilhões, de janeiro a abril deste ano. O valor representa uma alta de 4,3% acima do registrado no mesmo período de 2022. Na mesma base de comparação, contudo, o volume vendido ao mercado externo subiu 9,8%.

O crescimento do faturamento só não foi mais intenso, portanto, porque esteve atrelado à queda das cotações em dólar, de 5%, também no primeiro quadrimestre deste ano, comparado a igual período do ano passado. Desde meados de 2022, os preços dos alimentos têm revertido a tendência de alta, segundo as Nações Unidas (FAO1).

As causas da queda dos preços médios de alimentos e de energia no mercado internacional são o arrefecimento da taxa de crescimento da demanda e o avanço da produção mundial. Segundo o Cepea, os preços elevados de 2021 e 2022 estimularam o investimento na produção dessas commodities nos principais países produtores, como o Brasil.

Além disso, a moeda nacional sofreu leve desvalorização em relação ao dólar em termos reais, pois, descontando-se a inflação brasileira (medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna, IGP-DI) do valor do câmbio médio do quadrimestre (R$/US$), houve variação positiva de 0,4%.

A projeção para o país é de um crescimento próximo a 15% da sua produção de grãos no ciclo produtivo de 2022/23 frente ao anterior, conforme estimativas da Conab (Conab2).

A queda da cotação dos grãos e das commodities minerais também deve ajudar a segurar os custos de produção nos próximos meses.