FAO e OMS avaliam a segurança da carne cultivada

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) se juntaram para produzir um relatório analisando a segurança da indústria emergente de carne cultivada, que será alvo de uma aprovação regulatória generalizada. 

No relatório Food Safety Aspects off Cell-Based Food foi feita uma avaliação da terminologia, do processo de produção, das ações regulatórias atuais e futuras, além de estudos em países como Cingapura, Catar e Israel, segundo o site VeganBusiness. 

Nele, são avaliados os riscos de segurança em quatro etapas do desenvolvimento de alimentos cultivados: fornecimento, crescimento e produção, colheita e processamento. Segundo as autoridades, assim como na produção de carne de origem animal, a produção de alimentos à base de células pode apresentar riscos relacionados aos materiais, insumos, equipamentos e ingredientes utilizados.

Reguladores destacam que é preciso mais pesquisas sobre carne cultivada

Por isso, as agências reguladoras entendem que ainda seja necessário pesquisar mais sobre a produção de carne cultivada. Tais órgãos consideram que haja “uma quantidade limitada de informações e dados sobre os aspectos de segurança alimentar à base de células para apoiar os reguladores na tomada de decisões controladas”. O relatório também ressalta a necessidade de esforços internacionais, como entre autoridades reguladoras de segurança alimentar.

O esperado é que, com o documento da FAO e OMS em mãos, as agências reguladoras tenham mais facilidade em desenvolver estruturas para a aprovação de protocolos de segurança relacionados à produção de carne cultivada. 

Pelo cálculo da FAO e da OMS, cerca de 100 empresas desenvolvem carne cultivada em todo mundo. Mas, para a maioria delas, falta a aprovação das agências reguladoras para conseguirem vender o produto em larga escala. 

A única empresa autorizada a comercializar carne cultivada é a Eat Just. Ela é também uma das únicas nos Estados Unidos a receber uma carta do FDA, sem questionamentos, sobre carne cultivada. Esse é o primeiro passo para a aprovação por duas agências. 

“Este relatório é um passo em direção aos padrões internacionais que imaginávamos que seriam necessários quando apresentamos ao mundo a carne cultivada em 2013”, afirmou ao VeganBusiness Mark Post, cofundador e diretor científico da Mosa Met. Ele e sua equipe foram os responsáveis pelo desenvolvimento do primeiro hambúrguer cultivado, além de uma alternativa ao soro bovino fetal.  

“Os riscos de segurança alimentar na carne cultivada são semelhantes aos da carne convencional e podem ser contidos por meio de manuseio e testes adequados”, acrescentou Post.