Embrapa avança com projeto de carne cultivada

Um projeto inédito de pesquisadores da Embrapa tem como meta a produção de proteína alternativa e análoga ao peito de frango. Popularmente chamado de carne cultivada, o produto é formado por tecidos animais, criados a partir de células animais. No caso da pesquisa brasileira, estão sendo usadas células de frangos que compõem o plantel genético da empresa, uma referência de pesquisa do setor agropecuário no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, o produto final deve se assemelhar a um sassami – filé de peito de frango desossado – e deve estar pronto para análises sensoriais e de nutrição ainda neste ano. O projeto é um dos 22 selecionados pelo edital internacional do The Good Food Institute (GFI), organização não governamental que atua na arrecadação de recursos e financia projetos globais.

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Tecnicamente, a carne cultivada é produzida a partir da extração de células animais e do seu “cultivo” em meio nutritivo e escala laboratorial. O processo seguinte acontece em grandes biorreatores, resultando na ampliação da capacidade de produzir proteína animal e diversificando as fontes de produção. Geralmente, o produto final pode ser utilizado para produzir alimentos não estruturados, incluindo embutidos e almôndegas, ou estruturados, como filés e bifes.

Tecnologia precisa ganhar escala

“É um assunto discutido há algum tempo. Mas o ganho de escala está se dando agora porque a tecnologia está ficando mais viável, e, por isso, os investimentos no desenvolvimento dessas proteínas alternativas começam a acompanhar esse momento e estão cada vez maiores”, explica Vivian Feddern, pesquisadora-líder do projeto. Segundo ela, além da vanguarda tecnológica, a pesquisa no Brasil pode viabilizar a tecnologia para empresas locais.

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A opção de estudo da Embrapa pela carne de frango levou em consideração o fato de que é uma das proteínas mais versáteis, consumida em todo o território nacional, além de um dos alimentos mais completos nutricionalmente, importante para dietas saudáveis. Outra vantagem do estudo diz respeito ao acesso ao banco genético de aves da Embrapa Suínos e Aves.