recuperação de pastagem

Governo convoca bancos a financiar recuperação de pastagem

Está sendo elaborada uma proposta de captação entre instituições internacionais que deve contar com o BNDES para recuperação de pastagem

Joao

em 16 de agosto de 2023


No Brasil, cerca de 100 milhões de hectares de pastagens são degradadas. Desse total, 35 milhões são de alta degradação e os demais 65 milhões de hectares, em condição intermediária. De olho nesse cenário, o governo federal decidiu elaborar um projeto para captar financiamento para programas de recuperação de pastagens no país. 

O Executivo pretende estruturar propostas de captação de recursos internacionais para financiar técnicas sustentáveis de produção agropecuária. “Vamos elaborar juntos um plano estruturado para que a gente possa captar recursos e intensificar esse programa de governo”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ao Canal Rural.

Uma proposta de cofinanciamentos de projetos de recuperação de biomas também foi apresentada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela inclui coinvestimentos em fundos existentes, além de uma possível formação de um novo fundo para investimentos externos. 

“Isso tem que estar integrado, se não fizermos assim, vamos criar um gargalo, aumentando a produção sem aumentar a infraestrutura necessária para o setor”, acrescentou o ministro.

Financiamento reduz a pressão por desmatamento

Em dezembro do ano passado, antes mesmo de assumir o ministério, ainda como senador pelo Mato Grosso, Fávaro já havia levado ao então futuro presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seu projeto de recorrer ao BNDES para financiar a recuperação da pastagem, como informou, na época, o site Poder 360

A ideia levada a Lula era de que cerca de 5% da área degradada no Brasil fosse incorporada, todo ano, como pastagem, e que o financiamento ficasse por conta do banco de fomento. A perspectiva era de que, com isso, seriam favorecidos os setores agropecuário e de máquinas e equipamentos. 

Segundo o ministro, o esperado também é “tirar a pressão por novo desmatamento”. Segundo aliados de Lula, existem, hoje, no país, cerca de 40 milhões de hectares degradados. O tema fez parte da sua campanha pela presidência da República e está entre as diretrizes do seu governo. 

“Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei. Nosso compromisso é com o combate implacável ao desmatamento ilegal e promoção do desmatamento líquido zero, ou seja, com recomposição de áreas degradadas e reflorestamento dos biomas”, afirmou o presidente, em campanha.