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Confira as inovações no mercado de alimentação animal projetadas para 2023

Cinco tendências vão pautar o mercado de nutrição animal neste ano e no futuro. As mudanças são imprescindíveis para o ajuste das dietas e redução da pegada de carbono na cadeia produtiva

Redação

em 13 de julho de 2023


A digitalização da nutrição animal é uma realidade que se tornou possível nos últimos anos, contribuindo para a definição de estratégias pecuárias mais eficientes. Um dos grandes benefícios disso é que, agora, estão disponíveis mais informações relativas à fazendas e rações, com maior facilidade de acesso. Novas ferramentas e softwares são capazes de combinar dados para extrair informações e insights valiosos sobre alimentação animal.

Para 2023, a expectativa é de que o gerenciamento de dados ganhe ainda mais relevância, por conta da complexidade do mercado de ingredientes para rações e da pressão sobre os preços.

Essa digitalização de dados de rações colabora na tomada de decisões que dizem respeito à aquisição, controle de qualidade, formulação e gerenciamento operacional das rações. Assim, é possível reconhecer os valores nutricionais com mais precisão, além de promover a melhoria da qualidade do alimento.

A análise dos ingredientes alimentares é uma necessidade crescente

A manutenção da qualidade em todos os lotes de ração é fundamental para os produtores. No entanto, é necessário ser flexível na escolha da matéria-prima, considerando possíveis interrupções logísticas e picos de preços de alguns ingredientes.

Algumas alternativas de insumo podem ter valores nutricionais variáveis, em geral, com teores de energia mais baixo e de fibras mais alto, em relação aos ingredientes de ração comumente usados. A utilização de novas tecnologias auxilia a garantir a qualidade das rações nesses cenários de substituições. Ela contribui para que sejam obtidos valores nutricionais mais precisos e formuladas dietas que atendem melhor às necessidades nutricionais dos animais.

Equipamentos analíticos mais avançados também ajudam a testar várias microtoxinas ao mesmo tempo. Também é observado um aumento na implementação de testes móveis de ingredientes de ração, grama, silagem e ração completa na fazenda.

Valorização dos modelos de previsão

Os modelos animais, apesar de não serem uma novidade, estão se tornando cada vez mais inteligentes e avançados no que diz respeito ao volume de dados analisados e de resultados obtidos. Alguns deles, como o Watson (desenvolvido pela Trouw Nutrition), são baseados em uma ampla gama de variáveis – fazenda, animal, mercado e alimentação. Eles permitem simular e reproduzir projetos com a garantia de que as dietas vão funcionar na prática.

Para nutricionistas animais, esses modelos ajudam a projetar o crescimento animal e o custo da ração, em situações em que é alterada uma fonte de proteína, adaptando os níveis de densidade de nutrientes ou adicionando um aditivo alimentar, por exemplo. A expectativa é de que a modelagem preditiva de animais seja ainda mais usada na pecuária para, por exemplo, melhorar o planejamento financeiro, formular uma estratégia de mercado mais inteligente para suínos, reduzir custos de alimentação e dar suporte a estratégias de alimentação de precisão.

Mais nutrientes utilizados na formulação de rações para alimentação animal

A formulação de rações está em constante movimento. Está caindo em desuso o cálculo de valores brutos de nutrientes, como de fibra, proteína e energia. Em substituição, estão sendo usadas versões derivadas destes nutrientes, como fibra dietética total e valores de aminoácidos digestíveis.

Para os próximos anos, espera-se que continue a crescer o número de nutrientes derivados usados na formulação de rações. Essa mudança deve ser fruto de pesquisa e inovação, além do conhecimento de ingredientes alternativos disponíveis no mercado.

A ciência da cinética, relativa à velocidade de digestão de fibras e proteínas, é uma das mais recentes descobertas neste campo, que teve como consequência a criação de novos nutrientes: fibras e proteínas rápidas, lentas e resistentes. A Trouw Nutrition aplica esse conhecimento para otimizar as dietas de aves e seus programas de alimentação para suínos, e continuará a estudar como a cinética pode melhorar o desempenho e a saúde dos animais.

Outros nutrientes recém-derivados sobre os quais ouviremos mais são: energia líquida para aves, cálcio digestível, lisina digestível ileal e níveis padronizados de fósforo digestível total. O aumento do uso de novos nutrientes leva a uma formulação mais precisa, à elevação da previsibilidade do desempenho e da saúde animal e à utilização de matérias-primas e dietas mais sustentáveis.

Disponibilidade de ferramentas LCA mais precisas

A melhor escolha da ração animal contribui com as emissões de CO2 na cadeia de alimentos de origem animal, pois envolve o uso da terra, transporte, processamento e outros processos com potencial de poluição. Por isso, é esperado que a indústria de nutrição animal tenha grande impacto na transição para um setor pecuário mais sustentável.

É projetado também que o uso de dietas com menos prejuízo ambiental ganhe importância no mercado e que dados de pegada de carbono de rações e produtos de origem animal sejam cada vez mais exigidos por clientes, governos, parceiros e pelo varejo. Isso levará ao aumento contínuo do uso de ferramentas de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) para medir a pegada de carbono nas matérias-primas.

A atualização de bancos de dados de matérias-primas, para que os diferentes ingredientes alimentares sejam calculados com precisão, também deve crescer. Uma das ferramentas LCA mais recentes no mercado é a online MyFeedPrint, desenvolvida pela Trouw Nutrition.