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Insetos comestíveis: e se essa fosse sua principal fonte de proteína?

O consumo de insetos está ganhando cada vez mais espaço no mercado e nos pratos do dia a dia

Redação

em 30 de janeiro de 2024


Muitos países asiáticos se destacam pelas particularidades da gastronomia. Muito além de atrativos turísticos, quando o assunto é culinária local, deve-se considerar a cultura e o modo de vida da população. Dito isso, países como Tailândia, Indonésia, Vietnã, além de Austrália, China, Japão, México e Brasil, (sim, você leu corretamente, Brasil), consomem insetos comestíveis. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo menos 2 bilhões de pessoas no mundo se alimentam de insetos. Ou seja, os insetos comestíveis fazem parte do cardápio de pelo menos 30% da população mundial. Trata-se de um termo ainda pouco conhecido, entomofagia, que é o consumo de insetos como fonte alimentar para humanos. Estão nesse grupo os aracnídeos, que são as aranhas e escorpiões, e miriápodes, as famosas centopeias.

Segundo Nilo Cortez, engenheiro agrônomo, há mais de 2 mil espécies diferentes de insetos indicados para consumo humano no mundo. Só no Brasil são mais de 135. Curiosamente, o consumo pode variar dependendo da fase, uma vez que se pode consumir: ovo, larva, pupa ou o inseto adulto.

Apesar de muito comum na Ásia, o consumo de insetos comestíveis no Brasil ainda não está popularizado. Apesar disso, é uma rica fonte de proteína para os humanos. 

A produção de insetos comestíveis

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Na comparação entre as fontes de proteínas, 1 kg de insetos precisa se alimentar de 2 kg de sobras de alimentos. Já a produção de 1 kg de carne bovina exige, pelo menos, 8 kg de ração. Ou seja, é muito mais econômico criar insetos no Brasil. Por isso, alguns especialistas em alimentação defendem que os insetos podem fazer parte do futuro da proteína animal, uma vez que há menor consumo de água, é preciso menos espaço e eles são altamente ricos em proteína e minerais.

Tabela proteica

Ainda de acordo com Nilo Cortez, apesar de algumas pessoas torcerem o nariz para a ideia, em termos de proteína os insetos comestíveis são muito interessantes. As moscas e os mosquitos, por exemplo, têm 59% de proteína (proporcionalmente ao seu peso e tamanho). Já as libélulas têm 58%, os percevejos 55%, as cigarras e cigarrinhas 51% e os besouros 50%. As formigas e abelhas têm 47%, as borboletas e mariposas 45%, enquanto os gafanhotos, baratas e grilos têm 44%. 

No comparativo com as carnes mais tradicionais, por exemplo, o boi tem 28%, enquanto o porco tem 25% e o frango 23%. 

Os líderes mundiais na preferência do público consumidor de insetos comestíveis são: besouros (31%), borboletas e traças (18%), abelhas, vespas e formigas (14%), gafanhotos e grilos (13%), cigarras (10%) e cupins (3%).

Apesar de ainda causar certa estranheza, a Europa já liberou o consumo de insetos por humanos. No Brasil há mais de 50 produtores de insetos e 22 fábricas de transformação. Em Minas Gerais, por exemplo, uma empresa vende não só o inseto vivo, como também desidratado, e oferece curso EAD para os interessados no consumo. 

O consumo de insetos está ganhando cada vez mais espaço no mercado e nos pratos do dia a dia. Mas e você, trocaria a carne que habitualmente consome por um espetinho proteico de gafanhotos ou outros insetos, em nome da sustentabilidade do planeta?