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Itália na COP 28 mira em redução de 55% de GEE até 2030

País segue diretriz da União Europeia, tendo 1990 como referência

Redação

em 29 de novembro de 2023


A Itália chega à COP 28 com o objetivo de reduzir em 55% os gases de efeito estufa (GEE) em 2030, tendo como base o ano de 1990. O país europeu assume a meta alinhada com a diretriz da União Europeia, segundo o documento oficial mais atualizado, lançado em outubro no site da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).

As metas atualizadas do governo italiano indicam uma redução de 40% nas emissões de GEE em 2030, com base em 2005, incluindo setores-chave, como todos os ligados ao transporte doméstico (exceto aviação), construção, agricultura, resíduos e pequenas indústrias. Um exemplo são os novos carros e vans, que devem reduzir suas emissões em 50% entre 2030 e 2034. Após 2035, a redução deve ser de 100% nos novos veículos.

Na área de energia, os objetivos também são ambiciosos, com o estímulo às fontes renováveis. Em sintonia com o plano da União Europeia para tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, a comunidade concordou em aumentar a ambição do compromisso, reduzindo o consumo final para 11,7% daqui a sete anos. Em contraponto, as energias renováveis ​​devem responder por 42,5% em 2030.

Outra iniciativa da Itália, alinhada com a UE, é o estimulo à transição para uma economia com impacto neutro no clima de uma forma justa, por meio do Fundo Social para o Clima, cuja meta é apoiar famílias vulneráveis, microempresas e usuários de transportes. Em princípio, cerca de 65 milhões de euros deverão ser disponibilizados para o período 2026-2032.

O site UN Climate Summit, que monitora o desempenho dos países frente às mudanças climáticas, fez uma análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) da Itália nessa área, mostrando avanços e desafios. Um deles está na mobilidade elétrica. A Itália tem sido campeã de uma recuperação verde na Europa, segundo o site, com destaque para eficiência energética e energias renováveis.

“No entanto, apesar da Stellantis ter defendido a eletrificação total da frota produzida até 2030, a Itália está atrasada na mobilidade elétrica em comparação com os seus pares da UE e da China”, explica o documento.

Desafios da Itália para cumprir os compromissos da COP 28

Entre os pontos fortes do país estão a economia real forte, com presença de pequenas e médias empresas, a sociedade civil ativa e movimento juvenil. Outra vantagem é o aumento da consciência pública sobre os riscos climáticos e a procura de uma recuperação verde. Por outro lado, a Itália tem como fraqueza a liderança política e a deficiência na estrutura de administração pública. Outro entrave é um sistema de comunicação também fraco na área de energia e clima.

Entre as ameaças listadas para a Itália atingir seus objetivos na área de combate às mudanças climáticas estão a oposição da indústria de petróleo e gás e o apoio reduzido às políticas climáticas, em associação à exclusão social e redução da qualidade de vida.

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Protesto pelo clima na Itália (Foto: ANSA)

Em termos de oportunidades, o país pode aproveitar as iniciativas da União Europeia, como o já citado plano de redução de 55% das emissões de GEE até 2030 (ano base 1990) e, até mesmo, o fato de a Itália assumir a presidência do G7 (grupo das nações mais ricas do mundo) em 2024.

Esse último ponto foi destacado pelo diplomata Francesco Corvaro, enviado especial da Itália para o clima, em entrevista à unidade brasileira da agência de notícias Ansa. Para ele, a assunção da presidência do G7 deve ser um tema em Dubai, onde acontecerá a COP 28. Ele destaca que há uma grande determinação da Europa em assumir a liderança na luta contra mudanças climáticas.

Corvaro indica, ainda, que o tema é fundamental e transversal, afetando diversos aspectos da vida dos cidadãos no mundo todo. Segundo ele, representa uma oportunidade de incentivo à luta climática envolve os mais jovens. Em sua visão, a COP 28 integra uma etapa de mudança, em função das expectativas frustradas das conferências anteriores.