novas praticas de pastoreio

Búfalos e alces selvagens podem ser modelo para pastoreio de gado 

É o que defende o cineasta Peter Byck, que reuniu cientistas para provar sua tese

Redação

em 20 de julho de 2023


Novas práticas de pastoreio podem ajudar no combate à crise climática, segundo o professor e cineasta da Universidade Estadual do Arizona, Peter Byck. Para ele, o gado pode ser parte da solução do combate às mudanças climáticas. E a parte é considerável: uma reportagem da CNN estima o rebanho mundial em 4 bilhões. 

O modelo proposto por Byck é o pastejo AMP, sigla para Adaptive Multi-Paddock, no qual se alimenta o gado de forma a imitar o comportamento de milhões de búfalos, alces e veados selvagens, que comem forragem em toda a América do Norte. Com apenas suas fezes e seu casco, esses animais construíram uma camada de carne rica e solo fértil nas Grandes Planícies, até cerca de 4,6 metros de profundidade.

Técnica em solo para novas práticas de pastoreio

Em vez da prática comum de deixar as vacas pastarem por meses em um grande campo, os fazendeiros da AMP usam uma única linha de cerca elétrica para agrupar seu rebanho em áreas menores, maximizando a distribuição de estrume. Em seguida, os animais são movidos para o próximo trecho de grama alta, por um ou dois dias. O truque é fazer com que os animais comam metade da forragem, pisoteiem o resto e cubram o solo, para que fique úmido e os micróbios prosperem.

Byck descobriu pela primeira vez o poder devorador de carbono de solos saudáveis ​​ao fazer o documentário Carbon Nation. Em 2014, ele reuniu uma equipe de cientistas para lançar um estudo inédito de cinco pares de fazendas vizinhas em todo o mundo. De 2018 a 2022, a equipe mediu tudo, desde a saúde dos micróbios e a vida das aves até a infiltração da água da chuva, diversidade de insetos e despesas agrícolas. 

Para pagar pelo estudo, Byck solicitou doações e bateu nas portas da Exxon e da Shell, que pagou por alguns dos equipamentos de medição de metano. O McDonald’s também contribuiu com uma doação equivalente de US$ 4,5 milhões. 

Embora a ciência ainda esteja em andamento e os resultados das novas práticas de pastoreio não tenham sido publicados e revisados ​​por pares, Byck diz que tem dados iniciais que mostram que as fazendas AMP reduziram até quatro vezes mais carbono do que os criadores convencionais. Além disso, o gado das fazendas AMP emitiram 10% menos metano. E mais: o solo tocado mais por cascos do que por máquinas de lavoura continha 25% mais micróbios, 33% mais diversidade de insetos e três vezes o número de pássaros de pastagem.