Foto: Diego Gurgel/Secom/Governo do Acre
pecuaria acre
Foto: Diego Gurgel/Secom/Governo do Acre

Pecuária amplia representatividade na economia do Acre

O estado do Acre exporta cerca de 10 vezes mais do que importa. Os bovinos são responsáveis pela geração de US$5,1 milhões em receitas

Redação

em 9 de fevereiro de 2024


Com a economia fundamentada em no setores de serviços, responsável por 85,35% da participação no valor adicionado do PIB, o governo do Acre vem trabalhando no incentivo de projetos que fomentem a produtividade pecuária e florestal no estado. De acordo com o governo, a proposta é fortalecer as cadeias produtivas, que incluem a produção de bovinos e suínos, grãos e frutas, entre outros. 

O estado do Acre exporta cerca de 10 vezes mais do que importa. Os bovinos são responsáveis pela geração de US$5,1 milhões, cerca de 9,3% das exportações do estado, enquanto os suínos movimentam cerca de US$1,5 milhão, representando 2,7% das exportações do estado.

Pecuária de corte no Acre

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Foto: Arquivo/Secom/G1

De acordo com Compre Rural, a pecuária de corte vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, no Acre. E hoje está se consolidando como  a atividade econômica de maior expressão no setor. Nesse cenário, a pecuária de corte é responsável por 40% do valor bruto da produção e por isso está sendo vista como um dos principais motores da economia do estado. 

Um dado importante sobre a expressão da pecuária de corte para a economia do Acre é o aumento do número de cabeças de gado no estado. Segundo informações do governo, somente em 2020 o estado registrou um crescimento de 8,3% no rebanho, o que resultou na criação de 3,8 milhões de bovinos. Esse aumento diz respeito também à eficiência das práticas adotadas na criação dos rebanhos. 

A crescente demanda internacional por carne, especialmente da China, é uma das justificativas para o impulsionamento do setor de pecuária no Acre. A posição estratégica do estado também ajuda o Acre a se fortalecer como fornecedor de produtos pecuários.

Para alguns especialistas, a tecnologia vem auxiliando o setor no próprio desenvolvimento. Eduardo Mitke, por exemplo, citou que 150% do aumento na produtividade nas últimas três décadas é resultado do uso eficiente de novas tecnologias. E as projeções são otimistas para a pecuária de corte no Acre.

Desafios do setor 

O desenvolvimento sustentável e equitativo ainda figuram como os principais desafios do estado para o impulsionamento rápido do setor. O Acre, com toda sua biodiversidade, tem o desafio de conciliar o crescimento da pecuária com a preservação ambiental. Em relação ao bem-estar animal, o estado trabalha para que a qualidade esteja acompanhada das questões éticas e sociais da indústria e, por isso, acredita que incentivar o manejo sustentável e as boas práticas são essenciais para o desenvolvimento do setor. 

O Acre depende do desenvolvimento da economia local e, por consequência, da pecuária de corte que está exposta às variações do mercado internacional. Portanto, essa diversificação da economia ainda é um grande desafio para que o Estado garanta a estabilidade econômica (a longo prazo).

A adoção de práticas sustentáveis como sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), pode ser interessante para o estado, pois melhoraria a eficiência produtiva, reduzindo a “pressão” sobre os recursos naturais e, ao mesmo tempo, regenerando o solo. 

Outra ação importante que ajudaria o estado a mitigar os desafios impostos pelo setor são as certificações. Uma vez que os produtores estejam alinhados com as boas práticas de o manejo sustentável, conquistam as certificações que, por sua vez, impulsionam a produção de modo que o reconhecimento internacional no mercado global se torne uma consequência do processo.