Pecuária é modelo para rastreabilidade de alimentos

A rastreabilidade de alimentos entrou na agenda de líderes globais e a mais recente iniciativa nesse sentido reuniu entidades como IDH, Wholechain e representantes do Pacto Global da ONU no final de setembro em Nova York. O encontro teve como tema Blueprint for the Future: Oceans, Food and Finance e a meta era discutir a construção de cadeias de abastecimento que, além de totalmente rastreáveis, sejam inclusivas e sustentáveis. 

Como parte da programação, a IDH e a Wholechain apresentaram um exemplo de rastreabilidade blockchain aplicada à cadeia pecuária. O objetivo é atingir 1 milhão de animais rastreados até 2025 na plataforma que está sendo desenhada para integração com os demais sistemas existentes na indústria e no varejo dos mercados globais. 

“Este é um momento crucial para as florestas e para os agricultores nos territórios em que estamos trabalhando e uma oportunidade para promover as mudanças necessárias para o desenvolvimento sustentável e o comércio”, ressaltou Daan Wensing, CEO da IDH. De acordo com ele, as indústrias de carne e couro compartilham a visão do IDH para reduzir o risco social e ambiental nas áreas de fornecimento e aproveitar a oportunidade econômica. 

Pecuária e exemplos de rastreabilidade

Wensing cita como exemplo o Protocolo de Produção Sustentável de Bezerros, lançado este ano e que garantirá maior transparência, proteção de dados e regularização ambiental conforme o Código Florestal brasileiro. O Protocolo deve melhorar a renda e promover a adaptação da produção pecuária aos extremos climáticos, incluindo os subprodutos do boi, como couro e colágeno, por meio de um modelo mais inclusivo, que incentiva práticas legais, melhora os meios de subsistência do produtor e oferece ao consumidor final um produto com esses requisitos a preço justo.

“O Programa de Produção Sustentável de Bezerros é uma abordagem inovadora no setor, gera mais valor ao longo de toda a cadeia, do nascimento do animal ao produto na gôndola com qualidade diferenciada. Com foco nos pequenos produtores de cria, traz ferramentas que permitem o alcance de melhores resultados econômicos, ambientais e sociais”, disse Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Marfrig. 

De acordo com ele, a entrada da empresa no programa busca promover a inclusão voluntária de produtores e potencializar os impactos sustentáveis, além de estabelecer um novo modelo de produção na pecuária.