pirarucu em conserva

Pirarucu em conserva está (quase) chegando às mesas

Embrapa desenvolve filé de pirarucu em conserva para agregar valor ao pescado e aproveitamento de carne

Redação

em 16 de março de 2023


Mais um peixe está chegando no mercado brasileiro, o pirarucu em conserva. Pesquisadores brasileiros da Embrapa descobriram uma técnica para conservar o filé do pescado em lata. Uma forma de aproveitar um dos maiores peixes de água doce para a alimentação massificada.

A pesquisadora Alessandra Ferraiolo, que liderou o trabalho, indicou, em entrevista ao portal da Embrapa, que os produtos de peixes enlatados no mercado precisam ser diversificados, para agregar valor e aumentar a vida útil do pescado fresco.

A lata ajuda a contornar um desafio gigantesco do mercado de pescado: a deterioração rápida do alimento orgânico.

Carne que rende

Na natureza, o Pirarucu chega a 200 quilos, já em tanques de criação comercial, o animal chega em 12 quilos em apenas um ano. Além do aproveitamento da carne, que tem rendimento econômico até 40 vezes maior do que a de bovinos e ovinos, a carcaça do peixe pode ser 50% reutilizada.

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Escamas, língua e pele do Pirarucu são usadas para produzir em setores além do alimentar. “A carne do pirarucu possui coloração clara, textura firme, sabor suave, o que agrada aos consumidores. A ausência de espinhas intramusculares e baixo teor de gordura são outros pontos importantes”, disse Ferraiolo.

Pirarucu em Conserva é só o começo

“O beneficiamento aumenta a vida útil, a diversidade de produtos e a aceitação do pescado pelo mercado consumidor, além de permitir um melhor controle de qualidade e aproveitamento dos subprodutos, sem perder os benefícios nutricionais”, afirmou a cientista. Além da conveniência, já que o alimento em lata dispensa a “cadeia do frio” para armazenamento, distribuição e comercialização.

pirarucu em conserva
Foto: Ronaldo Rosa/ Embrapa

Para desenvolver o filé, os cientistas higienizaram o peixe em solução clorada, colocaram imersos em salmoura, foram drenados, cortados e adicionados em lata. Em seguida, colocou-se o líquido de cobertura, à base salmoura a 2% e as latas foram submetidas a processos de exaustão, recravação, tratamento térmico e resfriamento.

“A conserva de pirarucu, proveniente da pesca ou da piscicultura mostrou boa aceitação sensorial”, disse Ferraiolo.

De acordo com a consultoria Mordor Intelligence, o mercado de enlatados está aquecido, com perspectiva para o crescimento do setor de peixes nesse segmento até 2028. A pandemia de Covid-19 trouxe uma tendência positiva para o consumo dos alimentos em conserva. No caso dos peixes, outro fator positivo é a preferência da população urbana por alimentos fáceis e saudáveis, ricos em fibras, ácidos graxos e ômega-3.