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Tecnologias reprodutivas podem melhorar eficiência da pecuária

Estudos mostram como a inseminação artificial e a transferência de embriões ajudam na produção de alimentos de origem animal.

Redação

em 19 de abril de 2023


O uso inteligente de tecnologias reprodutivas, como inseminação artificial e transferência de embriões, pode melhorar a eficiência da produção de alimentos de origem animal e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental da produção pecuária. Essa é a avaliação dos especialistas do Departamento de Ciência Animal da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. O ponto de vista deles foi consolidado no e-book Reproductive Technologies for Sustainable Livestock Production.

O documento destaca o papel da inseminação artificial e da transferência de embriões como iniciativas para facilitar o melhoramento genético do gado. Com a inseminação artificial, por exemplo, os machos geneticamente superiores produzem um número maior de descendentes altamente produtivos do que ocorreria com os programas de reprodução convencionais. Da mesma forma, com a transferência de embriões, as fêmeas geneticamente superiores produzem um número maior de descendentes altamente produtivos do que ocorreria com programas de reprodução convencionais.

A indústria de gado leiteiro nos Estados Unidos é usada como exemplo de aplicação das duas tecnologias. Segundo os especialistas, muitas mudanças aconteceram após a adoção generalizada da inseminação artificial (começando em 1965) e da transferência de embriões (começando em 2000). Entre 1965 e 2021, o número de vacas leiteiras naquele país caiu 37% e a oferta nacional de leite aumentou 74%. Já a produtividade por vaca aumentou 295%.

Esse melhoramento genético também melhorou a sustentabilidade da indústria de gado leiteiro dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a genética aprimorada e as melhorias de técnicas de manejo animal reduziram a pegada de carbono da indústria de gado leiteiro.

Um estudo revelou que, em 2007, a pegada de carbono do setor era apenas 37% da pegada de carbono do segmento em 1944. Para cada litro de leite produzido em 2007, a indústria de gado leiteiro dos Estados Unidos usou apenas 10% da terra, 21% dos animais, 23% dos alimentos e 35% da água que eram usados em 1944. Os números ficaram ainda melhores em 2017: comparado com 1944, a indústria leiteira norte-americana utilizou apenas 79,2% da terra, 74,8% dos animais, 82,7% das rações e 69,5% da água.

“Esse modelo de produção eficiente de leite, se adotado de forma mais ampla em escala global, aumentaria a sustentabilidade. Ele também pode ser adaptado para uso em outras espécies pecuárias, melhorando as tecnologias reprodutivas”, destacam os especialistas da Universidade de Iowa.