comercio de alimentos fome

América Latina pode ser protagonista do agro no mundo

Avaliação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) posiciona estrategicamente a região como celeiro global

Redação

em 19 de dezembro de 2023


A América Latina e o Caribe podem serem transformados em coringas globais no abastecimento de alimentos e, com isso, reforçarem seu posicionamento estratégico no mundo. A avaliação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) parte da informação de que os países desse bloco respondem, juntos, por 14% da produção alimentar mundial e 45% do comércio internacional líquido de produtos agroalimentares.

Esse balanço também repercute em recursos, uma vez que os sistemas agroalimentares representam entre 9% e 35% do PIB da região e 25% das suas exportações.

O avanço da região nessa área depende, no entanto, de combinar os investimentos em agro com o combate às alterações climáticas, além de considerar o crescimento populacional e a degradação dos recursos naturais da região. O processo também pode trazer novos riscos para a saúde, a segurança e a proteção, comprometendo, cada vez mais, o equilíbrio entre a oferta e a procura de produtos agroalimentares.

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Fome zero

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O BID lembra, ainda, que a Agenda 2030 reconhece o comércio como um motor fundamental para o crescimento inclusivo e para alcançar o objetivo de fome zero. A troca comercial também desempenha um papel decisivo na compensação dos efeitos adversos das alterações climáticas e dos riscos geopolíticos globais e pode favorecer a região.

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Para aproveitar estas oportunidades, a região deve enfrentar três desafios fundamentais. O primeiro deles é reduzir os custos comerciais, especialmente num setor que lida com muitos bens perecíveis e enfrenta inúmeras barreiras não tarifárias, frequentemente relacionadas com o cumprimento de normas sanitárias e fitossanitárias. Os custos impostos por estas regulamentações podem ser extremamente elevados, equivalentes a adicionar uma tarifa de pelo menos 150% ao valor das mercadorias comercializadas.

O segundo desafio é expandir as políticas comerciais para promover uma integração mais profunda entre os países da região. Esta expansão permitiria satisfazer novos requisitos de acesso ao mercado, ao mesmo tempo em que promoveria a convergência regulamentar nas áreas da saúde, segurança e segurança alimentar.

A melhoria da produtividade agrícola, para aumentar as vantagens comparativas da região e os benefícios do comércio, é a terceira barreira que a América Latina e o Caribe devem endereçar, na avaliação do BID, no que diz respeito a comércio de alimentos e combate à fome no mundo.