unicornio no agro

Brasil ainda não tem seu unicórnio no agro

Fatores como baixa digitalização e clima favorável estariam entre os limitadores do surgimento de unicórnio no agro

Redação

em 9 de agosto de 2023


Apesar de ser reconhecido como um dos países mais inovadores na área de agronegócios, o Brasil ainda não tem um unicórnio nesse segmento. O termo é aplicado para startups que foram valoradas em mais de US$ 1 bilhão mesmo antes de abrirem o capital. Nessa classificação, o país já cravou mais de duas dezenas de empresas, segundo reportagem da CNN, mas ainda não decolou no agro. Entre as razões está a concentração de inovação nas grandes empresas do setor.

Digitalização para um unicórnio no agro

unicornio no agro

A lista de impeditivos envolve outros fatores. Entre eles está a conectividade restrita entre os produtores rurais e até mesmo a pouca cultura digital no mercado de agronegócios. Dados da consultoria McKinsey indicam, por exemplo, que apenas 23% dos agricultores têm acesso aos recursos de internet no Brasil, restringindo a aplicação de novas tecnologias, como o monitoramento de máquinas agrícolas.

A resistência cultural em adotar a digitalização também pode ser um fator de pouco incentivo aos investimentos de startups no agro.

O clima brasileiro favorável à agricultura, por incrível que pareça, é outro desafio. Por ter uma combinação de bom solo e boa temperatura, o país é muito competitivo no agronegócio mundial. Startups, como se sabe, são motivadas por desafios, que não são comuns em cenários favoráveis.

Apesar das barreiras citadas, os investidores se movimentam no setor, como é o caso da Rural Ventures, que tem uma parceria com o fundo norte-americano The Yield Lab e planos de expansão no país. Uma reportagem do site Startups resume as iniciativas recentes da companhia.

Segundo Fernando Rodrigues, executivo da Rural Ventures e ex-sócio e head de commodities da XP Investimentos, o ecossistema criado por ele e seus parceiros já envolve investidas como a SciCrop, Preservaland, Campo Capital, BovExo, Agroboard e Arara Seed.

Até o final do ano, a expectativa é ter outros dez investimentos pré-seed, o que levaria a uma meta de alocar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões em agtechs e foodtechs até o fim do ano.