Marfrig usa satélites e blockchain para monitorar a origem do gado

Como saber se a carne consumida no churrasco de domingo não foi produzida em áreas desmatadas ou foi originada de animais que passaram por tratamentos inadequados? A resposta é o controle de origem, um rastreamento da cadeia de produção pecuária, de ponta a ponta. No caso da Marfrig, as tecnologias para esse monitoramento incluem desde o uso de satélites, da qual foi pioneira, até a adoção recente de blockchain.

De acordo com Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig, a empresa controla 100% dos fornecedores diretos. Quanto aos fornecedores indiretos – um dos maiores desafios da cadeia agropecuária nacional – a companhia já identificou a origem de 73% na Amazônia e 72% no cerrado. “Esse é certamente o maior nível de controle dentre todas as empresas do setor no Brasil”, resume o executivo.

As iniciativas foram destacadas pela revista Exame, que inclusive mostrou o impacto sobre o consumidor final. A rastreabilidade permite acessar alguns dados, que constam na etiqueta dos produtos, como local e data de produção. Também é possível ver no site da Marfrig a procedência dos produtos que estão sendo levados à mesa.

Para monitorar todas as etapas de produção da carne do ponto de vista socioambiental, sanitário e de qualidade, a companhia usa, entre outros recursos, o blockchain. Por meio dele, o pecuarista consegue registrar, via aplicativos, informações como fazenda de origem, alimentação fornecida ao animal, além de visualizar dados de processo produtivo, como lote, data de abate, estocagem e transporte.

Outra ferramenta destacada pela reportagem é a Visipec, usada desde 2021, que cruza informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Guia de Trânsito Animal (GTA). Isso permite à companhia monitorar, de maneira mais eficiente, a cadeia de fornecedores indiretos de bovinos.

O controle de origem da Marfrig também é usado para garantir que não se compre gado de fazendas localizadas em áreas indígenas, unidades de conservação e com mão de obra análoga à escravidão ou infantil.