lideranca feminina agro

Cresce liderança feminina em startups agro

Mulheres estão no comando de pelo menos 30% das agtechs

Redação

em 17 de janeiro de 2023


A liderança feminina no agro está aumentando. De acordo com pesquisa liderada  pela Embrapa e pela SP Ventures, 28,7% das startups ligadas ao agronegócio, as chamadas agtechs, têm pelo menos uma mulher em sua estrutura societária.

De acordo com o levantamento, 520 das 1703 agtechs brasileiras têm pelo menos uma mulher na liderança. As iniciativas com uma sócia são 78% destes 520, já aquelas que têm duas sócias são 18%. 

Liderança feminina agro

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Nas fazendas, as mulheres já estão levando inovação e diversidade. À frente das agtechs, as mulheres preferem o segmento de pós-produção, chamado pela pesquisa de “depois da fazenda”, ou seja, aquelas voltadas para logística, alimentação e bionergia. São as startups que têm atividades desenvolvidas uma vez que o produto sai das mãos do produtor. 

Das 520 agtechs lideradas por mulheres, 50% são do segmento “depois da fazenda”, 34% são do setor de “dentro da fazenda”, focadas na produção agropecuária em si – como gestão de propriedade rural, de água, insumos e planejamento. 

“Dados reforçam o poder de liderança, inovação e de resultado das empresas fundadas por mulheres: uma pesquisa do Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que 11% das empreendedoras inovaram em seus negócios durante a crise, ante 7% dos homens. De acordo com a ONU , empresas com líderes femininas têm resultados até 20% melhores e maior potencial de gerar lucros para seus investidores, uma vez que as startups com empreendedoras geraram 78 centavos para cada dólar investido, enquanto startups fundadas por homens geraram menos da metade disso, segundo a consultoria BCG”, indica o relatório Radar Agtech 2022.

Indícios para o futuro

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A entrada de mais mulheres em cursos ligados ao mercado agro, como agronomia, veterinária, zootecnia e engenharia agrícola vem aumentando nos últimos anos. De acordo com o RadarAgTech, 48% do número de ingressantes nestes cursos da Universidade de São Paulo foram mulheres, com preferência para o de engenharia florestal.

Nas agências de pesquisa há também uma alta na presença feminina. Na Embrapa, 34% das pesquisadoras são mulheres e quase 40% dos gestores totais são gestoras. 

“Ainda temos um grande caminho a ser percorrido, mas, de acordo com a Lavca, tivemos, no primeiro semestre de 2022, um terço do capital de venture capital na América Latina sendo destinado para empresas lideradas por mulheres, como Eu Reciclo, Zubale e Gupy – o aumento é de 100%, comparado a 2019”, diz o relatório.