Debate sobre soberania alimentar chega ao Senado
Segundo a ONU é preciso aumentar a produtividade agrícola mundial em 28% para garantir a erradicação da fome
O Senado Federal incluiu na pauta de discussões recentes, temas como o combate à fome, a garantia da segurança alimentar e a redução do desperdício de alimentos, em uma sessão que reuniu ministros, senadores, gestores públicos e do terceiro setor. A discussão tinha como objetivo trazer novos posicionamentos para as políticas públicas que envolvem sustentabilidade e soberania alimentar no Brasil.
A secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), Renata Miranda, participou da discussão representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Para ela, os temas estão entre os mais importantes do momento, para o Governo.
“Nós, no Mapa, entendemos que a transformação tecnológica da agropecuária brasileira nos levará a uma transformação social e econômica. E é nesse sentido que a gente trabalha, focando em ações que não sejam pontuais mas olhando a complexidade das ações regulatórias e indutoras que nós temos que promover”, apontou.
Na oportunidade, ela explicou que o ministério trabalha para agregar valor e qualidade aos alimentos produzidos, principalmente, por agricultores brasileiros nos diferentes biomas. Hoje o Mapa desenvolve iniciativas como o Programa Nacional de Bioinsumos, que aumentou a disponibilidade de produtos biológicos, os programas Carbono+Verde, de Recuperação de Pastagens Degradadas e os planos de desenvolvimento territoriais Nordeste+Sustentável e Amazônia+Sustentável, que proporcionam arranjos produtivos com diferentes instituições que atuam nos territórios, gerando emprego e renda.
“São todos programas estruturantes que aceleram a transição tecnológica e que a gente às vezes não associa, mas estão relacionados à produção de alimentos e com a luta contra a insegurança alimentar”, complementou a secretária.
Objetivos do Milênio: sustentabilidade e soberania alimentar
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um novo relatório da Alimentação e a Agricultura (FAO), desenvolvido em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o relatório, será preciso aumentar a produtividade agrícola mundial em 28% até 2030 para garantir que os objetivos da ONU de erradicação da fome e da redução das emissões de gases de efeito estufa sejam erradicados do setor agrícola até 2030.
De forma taxativa, o relatório da FAO e da OCDE aponta que se não houver o crescimento de 28%, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS-2 “Fome Zero” da ONU não será alcançado até 2030.
A indicação da ONU é que se façam novos investimentos para estimular a produção agrícola. Isso refletirá no aumento do rendimento e poderá melhorar a gestão das propriedades rurais.