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Desmatamento: mundo está falhando nas metas de redução

A questão é que a manutenção das florestas tornou-se essencial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC

Joao

em 6 de novembro de 2023


O estudo anual divulgado pela Avaliação da Declaração Florestal alerta o mundo sobre as falhas relacionadas ao desmatamento e as metas de redução de emissões. Segundo o relatório, em 2022 a área aberta chegou a 6,6 milhões de hectares, cerca de 4% a mais do que em 2021. Esse índice é revelador, porque está 21% acima do previsto para cumprir a meta global de zerar o desmatamento até 2030. As florestas tropicais foram as mais afetadas, com 4,1 milhões de hectares, cerca de um terço a mais do que o previsto.

O relatório aponta que o retrocesso afasta ainda mais o mundo das metas de redução de emissões assumidas. De acordo com o documento, isso “torna os objetivos florestais ainda mais distantes, após o pequeno, porém insuficiente, progresso feito em 2021”. A questão é que a manutenção das florestas tornou-se essencial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC.

Com o desmatamento em taxas alarmantes na América Latina, África, América do Norte e Europa, faz-se necessária uma parada global para avaliação. E isso deve acontecer durante a COP 28 que acontece no final de novembro, nos Emirados Árabes Unidos. 

A situação ainda é mais grave quando alguns países do hemisfério Norte resolvem omitir alguns fatos usando da falta de transparência nos dados sobre desmatamento. 

Os desmatamentos e as metas de redução

De acordo com o relatório, mais de 50 países estão no caminho certo para acabar com o desmatamento até 2030. Destaque para a região da Ásia tropical, que está próxima das metas de redução e deve zerar o desmatamento. “A Indonésia e a Malásia conseguiram reduções constantes nesse sentido”, aponta o estudo.

Segundo o relatório, o reflorestamento tem aumentado nos últimos quatro anos, mas as florestas plantadas ainda precisam de tempo para ter as condições ecológicas da mata nativa.

Uma alternativa para reduzir o desmatamento é a adoção de ambientes regulatórios e fiscais por parte dos governos. De certa forma, isso estimularia o setor privado para proteção, restauração e gerenciamento sustentáveis.

Outro fator primordial para cuidar da questão do desmatamento e atingir as metas de redução seria o financiamento, pois atualmente faltam recursos para colocar projetos em prática. Segundo a Avaliação da Declaração Florestal, apenas US$ 2,2 bilhões em fundos públicos são destinados às florestas por ano, parcela considerada insignificante diante da necessidade. “A maioria dos países em desenvolvimento ainda precisa de um apoio significativo para iniciar as reformas ousadas, necessárias para conciliar seus caminhos de desenvolvimento com as metas florestais”, aponta o estudo.

O relatório de Avaliação da Declaração Florestal é liderado por membros do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Meridian Institute, Climate Advisers e Climate Focus.