Helen Clarkson, CEO do Climate Group (Foto: Donna Alberico/Margarita Productions/ Climate Group via Flickr)
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Helen Clarkson, CEO do Climate Group (Foto: Donna Alberico/Margarita Productions/ Climate Group via Flickr)

“É tempo de acelerar”, mostra a Climate Week em Nova York

Climate Week conta com mais de 600 eventos, inclusive do Brasil, focados no clima e em estratégias para o combate aos impactos climáticos

Redação

em 26 de setembro de 2024


A Semana do Clima de Nova York (Climate Week NYC) não é apenas o maior evento do gênero no mundo, mas, também, um momento de parada para avaliar onde estamos no combate às mudanças climáticas. Com mais de 600 eventos paralelos acontecendo até 29 de setembro, o encontro é organizado pelo Climate Group e tem como parceiro principal a Assembleia Geral das Nações Unidas. 

Com o tema geral ‘It´s Time – É a Hora’, em tradução livre – a Climate Week reforçou a urgência da colaboração mundial por meio do discurso de abertura do evento, feito por Helen Clarkson, CEO do Climate Group. Para ela, a colaboração e a comunicação são essenciais para acabar com os impactos que as mudanças climáticas estão tendo ao redor do mundo. 

De acordo com a executiva, “é hora de corrigir o curso, de acelerar e de terminar a corrida”. Helen advertiu que é possível que o aumento de temperatura médio de 1,5º C aconteça ainda neste ano, puxado pelas emissões altas de gases de efeito estufa. 

Estratégias para cumprir as metas

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Benoit Bazin (Foto: Donna Alberico/Margarita Productions/ Climate Group via Flickr)

O encontro também tem sido um espaço de discussão de ideias que podem ajudar nesse impacto climático. É o caso da Saint Gobain, cujo CEO, Benoit Bazin, defende o uso de recursos como Internet das Coisas (IoT) na construção, para tornar o setor mais eficiente e menos danoso ao meio-ambiente.

O sócio da McKinsey, Mark Patel, e a CEO da Ikea Foudation, Jessica Anderen, batem na mesma tecla, reforçando exemplos como a evolução dos veículos elétricos como uma das estratégicas para atingir as metas de sustentabilidade. 

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Mark Patel e Jessica Anderen (Fotos: Donna Alberico/Margarita Productions/ Climate Group via Flickr)

Já o Brasil participa da Climate Week de várias formas. Uma delas é com a segunda edição da Casa Amazônia Nova York, iniciativa que traz várias especialistas para discussões sobre a região. Segundo Caroline Rocha, pesquisadora e doutora em direito pela USP, e uma das idealizadoras do evento, o objetivo do encontro é mudar a narrativa, apontando a Amazônia como um local de protagonismo e não apenas de vítima de desmatamento e que precisa ser salva. 

A COP 30, que acontece em 2025 em Belém, também está sendo tema de discussões organizadas pelo Instituto Arapyaú, Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Uma Concertação pela Amazônia. Os debates estão concentrados no evento Climate Politics and Climate Science. Segundo o jornal O Liberal, a iniciativa reunirá vozes influentes do cenário climático global e brasileiro para discutir soluções e desafios que precisam ser enfrentados na agenda climática.

Participação corporativa na Climate Week

A agenda brasileira conta com a participação de outros atores, representantes do setor corporativo, caso da Marfrig e da BRF. As duas empresas apresentam recursos como o rastreamento dos fornecedores diretos e indiretos de gado e de grãos, além do combate ao desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado. Uma das metas, por exemplo, é monitorar 100% dos fornecedores indiretos de bovinos e de grãos, provenientes dos dois biomas.

Um dos destaques é a plataforma de sustentabilidade da BRF e da Marfrig, baseada em diferentes pilares. Um deles trata da gestão de fornecedores, com destaque para compra responsável de gado e de grãos, e o combate ao desmatamento. Ambas já rastreiam 100% dos fornecedores diretos de gado e de grãos. 

O rastreamento é feito com sistema de geomonitoramento, via satélite e em tempo real, que monitora a cadeia de fornecimento 24 horas por dia. 

Os outros pilares incluem a utilização de energia renovável e negócios (no setor agro) Climate Week
de baixo carbono, o uso de recursos naturais, incluindo energia limpa a partir de fontes renováveis, a economia circular e a gestão de resíduos com logística reversa e embalagens recicladas, além do apoio às comunidades em que ambas as companhias estão inseridas.