emissao de metano em ruminantes

Pesquisadora brasileira avalia como reduzir emissão de metano na produção de ruminantes

Análise de pesquisadora brasileira, em parceria com especialista da Austrália, mostra estratégias de redução de metano em ruminantes

Redação

em 3 de abril de 2023


Amélia Almeida, pesquisadora da School of Environmental and Rural Science at the University of New England, da Austrália, resumiu estratégias para reduzir a emissão de metano em ruminantes. O trabalho da especialista foi realizado com outro pesquisador da mesma instituição, Roger Hegarty, em um estudo financiado pela NSW Climate Change Fund. O estudo de meta-análise mostrou que o uso de algas marinhas, óleos, nitratos e o aditivo 3-NOP estão entre os mais promissores para redução direta do metano na produção de ruminantes.

As ações para mitigar a emissão, no entanto, podem ir além. Segundo os pesquisadores, elas incluem estratégias em toda fazenda que combinam mudanças no manejo de gado e a base alimentar melhorada. A combinação forneceria oportunidades múltiplas e interativas para reduzir o total de emissões entéricas (do intestino) e mesmo a intensidade dessa emissão. A redução da área usada ou do número de ruminantes também poderiam contribuir para o processo em termos regionais e globais.

emissao de metano em ruminantes

Brasileira, com pós-doutorado pela Unesp e atualmente pesquisadora associada da University of New England, da Austrália, Amélia é autora de vários trabalhos científicos sobre o tema, inclusive em parceria com Roger Hegarty.

No estudo citado, intitulado Managing livestock to reduce methane emissions: Assessment of strategies for abatement of enteric methane, os dois pesquisadores criaram um banco de dados com publicações feitas entre 2000 e 2020, utilizando apenas relatos de ensaios in vivo (com organismos vivos) e que mediram as emissões entéricas de metano em ruminantes. Os estudos incluídos abordaram os efeitos da nutrição, bem como medidas de redução baseadas em sistemas (vacinas, número de estoque e produtividade, manejo de pastagens, genética).

Metano entérico da pecuária contribui com 11,6% das emissões

Os fatores investigados foram peso corporal, consumo de matéria seca, crescimento médio diário, produção de leite, composição química da dieta e digestibilidade dos nutrientes. Já as emissões de metano foram relatadas como taxa de produção de metano por cabeça, rendimento e intensidade de metano.

No estudo, os pesquisadores destacam que o metano entérico da pecuária contribui com 11,6% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) e lembram que isso representa um desperdício natural de energia. Outro ponto importante é que a mitigação do metano pode representar um caminho para alcançar as metas de estabilização do clima.