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Fertilizantes são peças-chave na segurança alimentar

A avaliação é de Valter Casarin, da NPV, e de Ricardo Tortorella, da ANDA

Redação

em 1 de abril de 2024


O Brasil está produzindo mais, sem a necessidade de abertura de novas áreas, ou seja, sem desmatamento. Por trás desse quadro, é importante destacar a importância e benefícios das boas técnicas de adubação na produção e qualidade de alimentos. A avaliação é de Valter Casarin, coordenador da Iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), e Ricardo Tortorella, diretor-executivo da Associação Nacional de Difusão de Adubos (ANDA). Os dois especialistas são autores de um artigo no jornal Correio dos Campos, que mostra essa relação.

De acordo com eles, a tendência da produção agrícola brasileira é de aumento de safra nos últimos anos, sendo que os fertilizantes ganharam um protagonismo nesse processo. Os números mostram isso: a produção de grãos cresceu acima de 130%, com ganho de produtividade de aproximadamente 70%, enquanto a área cultivada aumentou pouco mais de 40%. O consumo de adubos, de acordo com os dois especialistas, acompanhou o fomento produtivo da agricultura brasileira.

E existe uma explicação: os solos brasileiros têm baixa disponibilidade de nutrientes para as lavouras. Em outras palavras, são de baixa fertilidade, o que podem comprometer toda a cadeia de produção de alimentos. A lógica é simples: são os nutrientes que regulam o metabolismo da planta, formando a base da produção vegetal para alimentar diretamente o ser humano.

No artigo citado, os dois especialistas lembram que, independentemente da fonte do adubo, mineral ou orgânico, as culturas têm necessidades de quantidades equilibradas de nutrientes de maneira assimilável. Outra informação importante é que os as matérias-primas para produção dos adubos são processadas para eliminar certas impurezas e transformar os nutrientes em formas assimiláveis para a absorção pelas plantas, além de reduzir o custo de transporte à aplicação no campo.

Ainda mais importante é o fato que sem produção agrícola, não há como resolver o desafio da segurança alimentar. Três em cada dez pessoas no mundo vivem em insegurança alimentar moderada e grave, segundo a ONU. São 2,4 bilhões de indivíduos sem dinheiro suficiente, que não comem ou se alimentam mal em algum momento do mês. Além disso, 3,1 bilhões não têm condições de pagar uma dieta saudável, equilibrada entre produtos in natura, processados e ultraprocessados.

No Brasil, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), aponta que mais de 65 milhões de habitantes, ou quase 30% da população, vivem em situação de insegurança alimentar, corroborando dados da FAO. O país é o 10° colocado no ranking mundial de desperdício, com 40 mil toneladas de alimentos sendo perdidos todos os dias. Esse volume seria capaz de alimentar 19 milhões de pessoas por dia.