Fotobiologia: lavouras são “irrigadas” com luz artificial

A fotobiologia vem ganhando destaque no campo. Afinal, entender como a luminosidade impacta as lavouras dá ao produtor rural maior controle sobre sua plantação. A agricultura de precisão vem se beneficiando com os avanços da tecnologia de iluminação, uma vez que a luz artificial pode, por vezes, substituir o sol. 

De acordo com especialistas do setor, em diversos casos, as lavouras que recebem iluminação artificial têm melhor desempenho do que aquelas que não contam com a tecnologia.

Lavouras com luz artificial na prática

Na prática, as lavouras que recebem luz artificial ficam mais tempo expostas à luz e, por isso, apresentam resultados melhores. O “sol artificial” da agricultura de precisão brilha dia e noite e é ajustado conforme a necessidade, respeitando as características da plantação e as demandas de cada estágio de desenvolvimento das espécies. 

Entre as possibilidades de ajustes da luz artificial para as lavouras está o controle das ondas luminosas, que serve para turbinar a fotossíntese, acelerar a atmosfera e elevar a concentração de nutrientes dos vegetais. Isso torna as plantas mais resistentes ao ataque de pragas e outras doenças. A saúde do solo também é beneficiada com os sistemas artificiais de iluminação para lavouras. 

A agtech francesa RED Horticulture foi fundada em 2018 por engenheiros e implementou alguns projetos em estufas da Europa. Ficou comprovado que as culturas de tomate que receberam iluminação artificial cresceram 25% mais do que as operadas com métodos convencionais. Índices positivos também foram apresentados na produção de morango. Em média, elas apresentaram melhor desempenho em 35% no comparativo com as lavouras que não receberam a tecnologia. 

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A tecnologia ofertada pela agtech oferece aos clientes quatro níveis de potência de luz para aplicação em lavouras, tanto em ambientes fechados quanto abertos. Assim, sensores registram informações sobre a entrada de luminosidade, temperatura, umidade e concentrações de gás carbônico.

Com conexão de rede, esses dados podem ser acessados em tempo real pelos administradores das fazendas, via computador ou mesmo no celular. Isso é importante porque garante que, sempre que necessário, sejam ajustadas indicadores como tempo de exposição e temperatura, entre outros. 

Lavouras com luz artificial no Brasil

O Brasil se destaca em sistemas de luz artificial para lavouras em áreas abertas. A cidade mineira de Monte Carmelo sedia uma das maiores experiências de fotobiologia do mundo. Conduzida pelo grupo Fienile, aqui no Brasil, o efeito da iluminação artificial vem sendo avaliado em 18 culturas. Entre elas: soja, milho, trigo, sorgo, feijão e cana.

A Irriluce (nome com o qual o sistema foi batizado no Brasil), apresenta tecnologia capaz de fixar a iluminação em pivôs centrais de superfície. Dessa forma, as luzes são acesas também à noite e em dias nublados. 

Em 40 dias, depois de cerca de 480 horas de claridade artificial, a soja rendeu 66% mais do que o grão cultivado pelos métodos tradicionais. Na prática, isso representa cerca de 45 sacas a mais por hectare.

Outro impacto positivo da iluminação artificial nas lavouras é que ela afasta os chamados insetos sugadores, o que representa uma redução significativa no uso de defensivos agrícolas.

Dada a redução de custos com defensivos agrícolas e a alta durabilidade das lâmpadas LEDs usadas para a iluminação artificial de lavouras, o mercado global está em ascensão. O uso da tecnologia na agricultura avançou cerca de 17% no último ano. Nas fazendas atuais, a luz é mais do que apenas fonte de luminosidade, é um elemento de competitividade.