gado pantaneiro

Gado pantaneiro terá metodologia de rastreabilidade até julho, diz ABPO

Monitoramento envolve desde o nascimento do animal, para garantir a sua presença e livre criação no bioma

Redação

em 31 de maio de 2023


A Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) adiantou que a rastreabilidade do gado pantaneiro deverá ter sua metodologia publicada até julho deste ano. A informação vem de reportagem do jornal Valor Econômico e mostra que o processo vai identificar o modelo de produção e as características do produto final, de acordo com Eduardo Cruzetta, presidente da entidade.

A ABPO pretende usar o mecanismo como um selo de qualidade diferenciador dos produtores da região, valorizando os produtos e permitindo a remuneração por seus serviços ambientais. Trata-se de uma produção estimada em 14,5 mil toneladas de carne em 2022, volume que é duas vezes maior que o de 2021. Neste ano, a expectativa é de produção de 130 mil animais certificados.

Produção e conservação andando juntas

gado pantaneiro
Corumbá – MS

O assunto ganha importância pelo fato de mais de 85% da mata nativa do Pantanal estar intacta, de acordo com o IBGE. Uma das metas da ABPO é expandir os associados na região, envolvendo também os produtores do Mato Grosso do Sul, pois hoje a entidade agrega apenas os do Mato Grosso. 

“A identificação vai mostrar ao consumidor que a carne foi produzida a pasto, de forma natural e sustentável, com o bovino livre e saudável”, afirma Cruzetta na matéria citada. O processo teve a consultoria da Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (Abcar) e será auditado pela IBD Certificações. 

O mecanismo de avaliação envolve duas auditorias do extrato de movimentação de gado das fazendas em até duas vezes por ano. O protocolo da ABPO exige ainda que a rastreabilidade aconteça desde o nascimento dos animais, para garantir que eles tenham sido criados, de fato, no Pantanal.

Além do gado pantaneiro, a associação também tem priorizado a conservação das onças no bioma, outro ativo importante da sustentabilidade do Pantanal. Ela coopera com o Programa Felinos Pantaneiros, promovido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e o Pantheras, que tem como objetivo a diminuição da predação do rebanho pantaneiro e a conservação das onças no bioma.

“Esse acordo formaliza a troca de experiências entre os atores envolvidos no Programa, visando dar maior abrangência da utilização das ferramentas e tecnologias anti-predação, sendo essa mais uma sinalização à sociedade da sustentabilidade da produção pantaneira”, pontua o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.