Insetos causam prejuízos de bilhões nos canaviais

Criado para otimização do manejo, solução oferece controle das principais pragas de forma simultânea

Redação

em 4 de outubro de 2023


De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de cana-de-açúcar cresceu 3,4% na safra 22/23, em comparação com o ano anterior. A região Sudeste foi a que mais se destacou no cenário nacional, uma vez que apresentou aumento de 4% com relação a 21/22. O incremento de produção foi o grande responsável. Apesar disso, os insetos ainda causam prejuízos nos canaviais. 

Para Christian Menegatti, gerente de cultura de cana da FMC, os bons índices de produtividade não significam que as pragas dos canaviais foram extintas, mas, sim, que houve aprimoramento no manejo. “Os bons índices de produtividade não refletem a extinção das pragas nos canaviais, principalmente pela característica semiperene dessa cultura. Na realidade, os insetos estão sendo manejados de maneira correta, durante todo o ciclo da cana, e combatidos com ativos químicos e biológicos, inovadores”, explicou Menegatti.

A famosa broca-da-cana (Diatraea saccharalis), é uma das pragas mais presentes no território nacional. A espécie de mariposa causa grandes prejuízos, afetando a produtividade do canavial e a qualidade da produção de açúcar e álcool.

No canavial, as altas temperaturas e chuvas elevadas colaboram para o aumento da ocorrência do inseto. A broca-da-cana mata as gemas apicais, resulta em entrenós menores e também no enraizamento aéreo e brotações laterais. Além disso, facilita a presença de fungos e o afinamento do colmo. 

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Prejuízos nos canaviais

“Entidades já avaliaram prejuízos de até R$ 5 bilhões, em toda safra, por conta dessa praga, que está presente em todos os canaviais pelo país”, apontou Menegatti. 

O bicudo-da-cana (Sphenophorus levis) é outra espécie de inseto com alto poder de destruição nas lavouras e que causa prejuízos nos canaviais. “Essa é uma praga de manejo complexo, que está presente em mais de 60% dos canaviais do Centro-sul e provoca danos ao desenvolvimento das soqueiras de cana”, ressaltou 

Segundo ele, o besouro causa não só o  apodrecimento das touceiras, mas também falhas na brotação e a morte da planta. Em perdas por hectare, ele é responsável por até 25 toneladas, além da redução  da longevidade da cultura. 

O Migdolus que ataca o sistema radicular, gerando falhas na brotação das soqueiras, morte da cana em reboleiras e, consequentemente, a necessidade de reforma precoce do canavial. Com hábitos subterrâneos e ciclo de vida de até três anos, ele também causa muitos prejuízos na lavoura.  

“É possível aplicar produtos com ação multipragas para ter um controle para todas essas simultaneamente”, destacou Menegatti.