MFG se torna case em tecnologia na agropecuária brasileira
O notável salto tecnológico no confinamento da MFG elevou a empresa ao patamar de uma das mais tecnológicas da pecuária brasileira
Um levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) revelou que, ainda em 2008, cerca de 700 mil cabeças de gado foram levadas ao cocho. A novidade é que em 2022 esse número saltou para 7 milhões de animais. O estudo, feito com dados de benchmarking de grandes empresas do setor, revelou que o ganho médio diário (GMD) evoluiu de 1,060 kg/dia para 1,660 kg/dia. O dado foi registrado nas dependências da MFG Agropecuária, grupo que possui seis confinamentos no Brasil e que vem usando a tecnologia a favor da agropecuária brasileira.
Uma notícia dessas não é tão comum assim, mas mostra a importância da pecuária intensiva. O crescimento deve-se a uma nova visão do negócio, que coloca o investimento em tecnologia de ponta norteando todo o processo, com ferramentas de gestão que permitem melhor manejo, nutrição, genética, sanidade, gestão e logística.
A Fazenda São Marcelo, no Mato Grosso, conta com cochos e bebedouros eletrônicos que possibilitam o monitoramento da alimentação em tempo real. Também em São Marcelo são concentradas as pesquisas do grupo com aditivos naturais, que sugerem à MFG Agropecuária a substituição gradual dos antimicrobianos. Uma ação tecnológica que resulta em uma técnica bastante interessante para mitigação de gases de efeito estufa, causadores das mudanças climáticas.
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Outro experimento acontece simultaneamente na Fazenda São Marcelo. Trata-se da exposição do gado à luz artificial no início da noite. O objetivo é medir o impacto no consumo alimentar dos bovinos, mas esta experimentação ainda está em andamento, assim como a pesagem 3D, que está em processo de validação. A técnica é o que existe de mais avanço em relação a pesagem bovina. Ela utiliza câmeras 3D, um projetor de raios infravermelhos e um leitor conectado via bluetooth e wi-fi, para pesar o gado.
Para Vagner Lopes, gerente corporativo de Confinamento Sênior da MFG Agropecuária, a empresa se tornou um case em tecnologia na agropecuária brasileira quando investiu na melhoria do sistema de confinamento. “O sistema de confinamento evoluiu muito e podemos dizer que, hoje, a MFG Agropecuária é uma grande aliada da pecuária brasileira, ao torná-la mais intensiva e lucrativa, além de melhorar a qualidade para o consumidor final”, completou.
Tecnologia no confinamento do gado

A tecnologia está presente em todas as atividades realizadas pela MFG. Por isso, os confinamentos do grupo estão entre os mais modernos do mundo, sendo que a nutrição colabora com isso. Segundo Lopes, os últimos cinco anos foram primordiais para a performance do grupo, que atingiu eficiência biológica acima da média. A empresa saltou de 83 mil cabeças confinadas em 2018, para 215 mil, em 2022.
Os animais recebem três tipos de dieta, que variam de acordo com a evolução do gado. Duas são para adaptação ao sistema intensivo e uma terceira, específica para terminação. Nessa etapa o teor de volumoso é reduzido para 7%.
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Assim como as dietas são específicas, as rações variam de acordo com cada região. No estado do Mato Grosso, por exemplo, o alimento fornecido tem grande concentração de milho, algodão, soja e silagem. Apesar do grupo contar com um funcionário para fazer a leitura de cocho durante o dia e à noite, de forma motorizada, são os drones que ganham a atenção, uma vez que eles estão sendo testados para a realização desta mesma tarefa.
O bem-estar animal também é considerado na gestão das unidades. Algumas contam com arborização natural, outras com sombrites, coçadores e aspersores (para controlar a poeira). Todas as unidades de confinamento de gado contam com cochos abertos, onde os bovinos passam por rigoroso controle sanitário. Animais vindos de outras fazendas (com distâncias superiores a 300 km), recebem isotônico na água para que possam se recuperar da viagem.
Gestão e tecnologia na agropecuária brasileira
Acompanhando o movimento tecnológico da MFG na agropecuária brasileira, a gestão das propriedades é baseada em dados, principalmente no que diz respeito à tomada de decisão.
A propriedade conta um painel de “BI” (Business Intelligence), o SigAgro. Ele é o grande responsável por emitir relatórios dos lotes, por exemplo. Com o esquema de pesagem 3D, eles ficarão ainda mais completos, uma vez que a integração com as câmeras de pesagem seja concluída.
Além disso, o sistema reúne outros 15 indicadores de nutrição, desempenho zootécnico, sanidade e dados operacionais. Como todos os indicadores possuem metas, o painel BI permite a melhora contínua sobre os resultados do confinamento. Outro ponto importante é que ele identifica os gargalos de cada unidade.
“As ferramentas gerenciais que usamos evitam a ‘comoditização’ do serviço de engorda, diferenciando-nos no mercado. Procuramos sempre municiar o pecuarista com informações exclusivas sobre o desempenho de seus animais”, explicou Lopes.