Ações para evitar mudanças do clima podem gerar oportunidades de investimento

De acordo com o último relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ainda dá tempo de conter o aquecimento global, desde que sejam adotadas medidas urgentes. Afinal, os efeitos das mudanças no clima já são sentidos em vários lugares do mundo, com inundações, desastres naturais, calor excessivo, seca, furacões, entre outros. E, normalmente, a população mais vulnerável é a que mais sofre com isso. 

Para conter o problema, a ONU traça algumas diretrizes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos próximos 30 anos, que incluem investimentos maciços em fontes de energia limpa, adoção de práticas sustentáveis na agropecuária, transporte e indústria, entre outros. Isso, na visão do professor Bruce Usher, da Columbia Business School, representa uma grande oportunidade para empresas que investirem na descarbonização.

“A descarbonização da economia exigirá investimentos robustos, que representam mais de US$ 100 trilhões”, disse ele, ao NeoFeed. 

Usher, que é autor do livro Investing in The Era of Climate Change (Investindo na era das mudanças climáticas, em tradução livre), diz que a crise aumentou o foco em questões como segurança energética, o que cria oportunidades para energia eólica, solar e outras fontes renováveis, como biomassa. 

Mudança de pensamento acelera a descarbonização

Na entrevista, o professor da Columbia Business School destaca que as manifestações físicas das mudanças estão presentes no dia a dia, e isso tem feito com que as pessoas — especialmente os mais jovens — acelerem a necessidade de mudanças. “Os jovens estão escolhendo as empresas em que querem trabalhar e também os produtos que consomem de acordo com a sustentabilidade das marcas”, afirma. 

Além disso, em sua visão, os governos estão cada vez mais atentos à necessidade de adotar medidas para promover a descarbonização, o que estimula a inovação por parte das empresas. Como exemplos, ele cita a área automotiva, com investimentos em motores mais eficientes e em eletrificação e o crescimento da agenda ESG nas empresas. 

“Os governos precisam oferecer subsídios para tecnologias de baixo carbono que estão em desenvolvimento, enquanto os investidores devem financiar soluções climáticas e apoiar as já existentes”, pondera Usher.