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Pesquisadores criam modelo que avalia mudanças climáticas na Amazônia

Algoritmo é capaz de realizar previsões sobre transformações na floresta causadas por condições climáticas adversas

Redação

em 27 de julho de 2023


Um grupo de pesquisadores da Unicamp desenvolveu um algoritmo capaz prever transformações na floresta amazônica causadas por condições climáticas adversas. Um dos diferenciais da ferramenta em relação a outras similares é a sua capacidade de considerar uma diversidade vegetal maior do que outros algoritmos existentes para esse tipo de aplicação, o que resultaria em previsões mais próximas da realidade. A informação é do jornal da Unicamp.

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Pesquisadores do AmazonFACE (Foto: João Marcos Rosa – AmazonFACE/ Unicamp)

Segundo os pesquisadores, o objetivo do algoritmo é projetar as estratégias de sobrevivência de espécies amazônicas em vista de condições climáticas adversas. A ferramenta é denominada Caetê, sigla para Carbon and Ecosystem functional -Trait Evaluation model (modelo para avaliação de características funcionais de carbono e de ecossistema), termo que também significa mata virgem, em tupi guarani.

Caetê considera variedade maior de plantas

Bárbara Cardeli, doutoranda do Instituto de Biologia da Unicamp (IB) e uma das participantes do projeto, destaca que a maioria dos algoritmos desenvolvidos até o momento simplifica a diversidade da Amazônia a cerca de três tipos de plantas, enquanto o Caetê inclui 3 mil tipos.

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Pesquisadora Bárbara Cardeli (Foto: João Marcos Rosa – AmazonFACE/ Unicamp)

Ela destaca que, entre as funcionalidades do Caetê, está a possibilidade de explorar como a frequência de fenômenos climáticos extremos, como o La Niña, pode afetar a dinâmica da floresta. O sistema também cruza dados referentes a condições climáticas, como precipitação, incidência de luz solar de gás carbônico na atmosfera, com diferentes características e estratégias de sobrevivência desenvolvidas pelas diversas espécies.

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Com esse aparato, o algoritmo oferece respostas sobre como o ecossistema se adaptaria em diferentes condições e o que nele se alteraria, como as taxas de fotossíntese e os locais em que as plantas passariam a estocar mais carbono. A partir da combinação de diferentes dados, o algoritmo pode simular o ponto em que a Amazônia não conseguiria mais recuperar suas características originais, de acordo com a publicação da Unicamp.

O Caetê faz parte de uma iniciativa maior da universidade paulista, o AmazonFACE, programa internacional para monitorar os impactos do gás carbônico atmosférico na floresta. A iniciativa é coordenada em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPE). O programa prevê uma base dentro da floresta, incluindo uma estação de pesquisa a 80 quilômetros de Manaus, com torres de 35 metros de altura e dispostas em seis círculos de 30 metros de diâmetro, cada um com 16 torres.