Monitoramento de pastagens com drone tem precisão de 66%, segundo Embrapa

O monitoramento de pastagens com drone no Brasil já tem métricas: segundo um estudo da Embrapa a precisão seria de 66%. Esse índice foi apontado pela correlação entre dados digitais obtidos de imagens de drones com registros de campo capturados durante dois anos de monitoramento no oeste da Bahia. Na avaliação da instituição, os resultados reforçam a qualificação da ferramenta para otimizar tempo e obter maior eficiência na produção rural.

Segundo Márcia Silveira, pesquisadora da Embrapa Pecuária do Sul, o trabalho comparou dados digitais de altura de pastagem e cobertura do solo, captados a partir de imagens feitas por drones, com os valores obtidos em campo com métodos tradicionais de medição, como avaliação por equipe treinada e medição com uma régua, ou análise da cobertura do solo e amostragem de forragem.

Pastagens: além do drone, a IA

Além da utilização dos drones, o estudo da Embrapa também lançou mão de recursos de inteligência artificial (AI) para estabelecer parâmetros de monitoramento de pastagens, que podem ser estendidos para outras regiões brasileiras. Outro ganho do levantamento é a possibilidade de criação de bancos de dados compartilháveis, a partir das imagens digitais coletadas em campo.

A pesquisa foi realizada na Fazenda Trijunção, no povoado Cocos, interior da Bahia, em sistema de pecuária de corte com pastejo rotacionado e utilização da cultivar BRS Piatã, de capim-braquiária.

“Nosso objetivo era verificar se um drone comum, que pode ser adquirido por um agricultor, combinado com o aprendizado de máquina, poderia ajudar a estimar a cobertura vegetal e a altura das plantas”, disse Márcia. “Queríamos avaliar se o uso correto dessa ferramenta pode auxiliá-los na tomada de decisões relacionadas ao manejo do gado, por meio da comparação entre as imagens geradas pelo drone e as informações de campo referentes à medição de altura, corte da forragem e cobertura do solo pela planta forrageira ”, explicou.

Ainda de acordo com o estudo, foi possível visualizar o potencial das informações coletadas a partir de drones e trabalhadas com outros recursos. Outra frente apontada pela Embrapa é a integração dessa tecnologia com outras iniciativas que viabilizem a melhoria de eficiência dos produtores e pecuaristas.