pecuaria sustentavel no cerrado

Cerrado brasileiro pode ser exemplo de pecuária sustentável no mundo

Avaliação da National Wildlife Federation (NWF), no entanto, traz recomendações.

Redação

em 27 de abril de 2023


A avaliação é do líder da National Wildlife Federation (NWF) no Brasil, o engenheiro agrônomo Francisco Beduschi Neto. Para que isso aconteça, no entanto, ele considera que é necessário integrar os diversos atores que atuam no bioma. O especialista destaca que, nesse processo, é importante encontrar formas de trabalho conjunto e conectado e que possam ser replicadas como negócio de pecuária sustentável no Cerrado.

A “tempestade perfeita” que envolve o potencial do bioma inclui a cadeia de valor de carne bovina, com produtores dispostos a cumprir essa finalidade, crédito para financiamento da atividade, diversas tecnologias e inovações.

Pecuária sustentável no Cerrado inclui uso inteligente dos recursos

Uma das estrelas de tecnologias sustentáveis praticadas na região é a Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), uma estratégia de produção que utiliza diversos sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, de forma integrada. O sistema aprimora o uso da terra, aumentando a produtividade, aproveitando melhor os insumos, diversificando a produção e gerando mais renda e emprego.

pecuaria sustentavel no cerrado
Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF (Foto: Reprodução/ Embrapa – Breno Lobato)

Outro ponto a favor é a existência do Protocolo Cerrado, iniciativa voluntária que conta com a participação de atores da indústria frigorífica e varejo, e que tem o objetivo de contribuir para o alinhamento das melhores práticas de monitoramento socioambiental da cadeia de fornecimento de bovinos no bioma.

De acordo com a Rede ILPF, organização sem fins lucrativos focada na tecnologia, o Brasil conta com mais de 17,4 milhões de hectares de área produtiva onde se aplicam o ILPF, com destaque para o Mato Grosso Sul, com mais de 3 milhões de hectares com a tecnologia, o que representa cerca de 16% da área agrícola do estado. Na última década, a expansão do ILPF bateu os 248%.

Outra iniciativa necessária, segundo o Beduschi, é melhorar a comunicação do setor. Ele defende que todas as ações e iniciativas implementadas pela cadeia de valor da carne sejam de conhecimento dos compradores, consumidores, investidores e varejistas. “Devemos melhorar a nossa narrativa, ou seja, contar a história. Isso inclui falar sobre o caminho sustentável que o agro brasileiro está percorrendo, qual sua direção, progresso e objetivos”, resume.