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Bancos se autorregulam pelo fim do desmatamento

Uma série de regras e protocolos foram definidos pela Febraban para os seus associados contribuírem com a preservação das florestas

Redação

em 20 de junho de 2023


A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) definiu uma série de regras de autorregulação socioambiental que devem ser consideradas pelas instituições financeiras na hora de decidir a liberação de crédito para empresas da cadeia de carne bovina. O novo regulamento estabelece um protocolo a ser seguido pelos bancos, para que as empresas contribuam com a erradicação do desmatamento ilegal no país.

“Os bancos estão no epicentro das cadeias produtivas do país e irão estimular ações para desenvolver uma economia cada vez mais sustentável”, afirma Issac Sidney, presidente da Febraban, em nota. Ele diz ainda que “o setor tem consciência de que é necessário avançar no gerenciamento e na mitigação dos ricos sociais, ambientais e climáticos nos negócios com seus clientes e canalizar cada vez mais recursos para financiar a transição para a economia verde.”

Bancos apoiam soluções de rastreabilidade

Pelas novas regras, aprovadas em março, os bancos que aderirem à autorregulação vão solicitar aos seus clientes instalados na Amazônia Legal e no Maranhão que implementem um sistema de rastreabilidade que comprove que não adquirem gado associado ao desmatamento ilegal. Essa exigência vale para toda cadeia, entre fornecedores diretos e indiretos, e deve ser implementada até dezembro de 2025.

Além disso, o sistema vai considerar informações como embargos, sobreposições com áreas protegidas, identificação de polígonos de desmatamento e autorizações de supressão de vegetação, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades de origem dos animais. As condições de trabalho, se são análogas à escravidão, também vão ser levadas em conta na análise de crédito.

Indicadores de desempenho também devem ser apresentados periodicamente, para que as empresas comprovem que estão cumprindo as novas regras.

Já do lado dos bancos, a Febraban determina que aqueles que aderirem à autorregulação devem se comprometer a seguir padrões mais elevados de conduta. Após supervisionamento, caso não estejam cumprindo as regras determinadas, eles poderão sofrer punição.

Entre os que aderiram à autorregulação socioambiental da Febraban está o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, recentemente, ingressou no quadro de associados da federação. Em nota, a instituição afirma que a iniciativa se soma a outras tomadas por ela, nos últimos anos, com foco na sustentabilidade e no meio ambiente.

“O ingresso da entidade na autorregulação socioambiental irá fortalecer a iniciativa dos bancos brasileiros no estímulo de ações para desenvolver uma economia cada vez mais inclusiva e sustentável”, destaca o BNDES.