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Esalq destaca efeitos do clima sobre a safra em junho

A ocorrência de chuva, estiagem ou altas temperaturas, além dos níveis de armazenamento de água, afetam diretamente a colheita

Redação

em 25 de julho de 2023


Os índices de chuva, armazenamento de água e temperatura afetaram diretamente a lavoura no Brasil em junho deste ano. As condições climáticas possibilitaram, por exemplo, uma evolução significativa das operações de colheita do milho de segunda safra no Mato Grosso. Já nos estados da Bahia e do Piauí, foram reportadas perdas de potencial produtivo e, no Tocantins e no Maranhão, as lavouras do grão mantiveram-se em boas condições, enquanto o tempo seco permitiu.

No mesmo mês, as regiões Norte e Sul do país registraram os maiores volumes de chuva, sobretudo no Amazonas, Roraima, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nesses Estados, foi superada a marca de 240 mm. Já no Sudeste, foram registados 150 mm, em São Paulo; 60 mm, no Rio de Janeiro e Espírito Santo; e 30 mm em Minas Gerais.

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A informação foi divulgada em boletim da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), referente ao mês passado.

De acordo com o documento, foram escassas as chuvas na região Centro-Oeste. A exceção foi o Mato Grosso do Sul, onde foram registrados 30 mm de chuva. O mesmo cenário de escassez aconteceu em Tocantis, Piauí e na região Oeste da Bahia. Já os Estados da região Nordeste do país que receberam os maiores volumes de chuva foram a Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Foram acumulados até 120 mm em algumas áreas dos três Estados.

Estiagem, chuva, sol e quantidade de água no solo: efeitos do clima afetam a produção

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A Esalq salientou também, em seu boletim, os dados de armazenamento de água no solo, condição que, assim como a ocorrência de chuvas, afeta diretamente a safra. Em quase toda a extensão dos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foram registrados níveis inferiores a 15%. O mesmo aconteceu em áreas de Rondônia, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

Em sentido oposto, foram registrados volumes de armazenamento de água de 15% a 45% no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. No Amapá, as condições foram ainda mais favoráveis, com armazenamentos de até 90%. No Paraná e no Rio Grande do Sul, o índice variou de 45% e 75%. No Acre, o nível oscilou de 60% a 75%.

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Já as maiores temperaturas do Brasil foram registradas em Tocantins, no sul do Maranhão e na região central do Piauí, onde foram superados os 32°C. Na Região Norte, foram destaques o Pará, Amapá, Roraima, e Rondônia, com máximas de 29º C a 32°C. Enquanto isso, no Nordeste as máximas variaram de 26º C e 29°C. As menores temperaturas do país, inferiores a 12°C, foram registradas na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, e na região central de São Paulo.

Este panorama mostra a importância da adoção de mecanismos de prevenção e de gestão de riscos, como construção de cisternas ou sistemas de irrigação, além da adoção de tecnologias que contribuam para melhor controle das plantações e pastos. Mas, muito além disso, é preciso que o setor se conscientize sobre os danos potencialmente causados pelos efeitos climáticos e passe a ter um olhar mais consciente sobre as práticas sustentáveis e a necessidade preservação dos recursos naturais. Afinal, o segmento tem papel de grande relevância no combate ao aquecimento global.