política de rastreabilidade

Política nacional de rastreabilidade em discussão

Realizado em Brasília, em outubro, evento foi organizado em parceria com entidades envolvidas na agenda da rastreabilidade

Joao

em 8 de novembro de 2023


Um evento organizado em parceria pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, iniciativa Boi na Linha, Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) e Grupo de Trabalho de Fornecedores Indiretos (GTFI) movimentou a agenda de debates sobre rastreabilidade no Brasil. Brasília (DF), recebeu o setor para discutir a implementação da Política Nacional de Rastreabilidade. A proposta é consolidar o país como um líder mundial na economia de baixo carbono – e o agronegócio tem um papel fundamental para isso. Nesse sentido, de acordo com a organização do evento, é preciso garantir que as cadeias do agro estejam livres de desmatamento e qualquer outra irregularidade socioambiental. E isso só será possível com a rastreabilidade de toda a cadeia.

As cadeias de soja e de carne bovina, produtos que o Brasil lidera a exportação mundial, estão no topo das listas de discussão. O país ainda não tem sua política nacional de rastreabilidade socioambiental para essas commodities.

Para Carolle Alarcon, coordenadora de Advocacy da Força-Tarefa (FT) Rastreabilidade e Transparência da Coalizão, é preciso acompanhar o mercado internacional para desenvolver o interno. “A necessidade de responder a demandas do mercado internacional fez com que a (FT) encampasse a pauta, considerando a complexidade das cadeias de commodities no Brasil. O ponto de partida foram estudos relacionados aos casos da pecuária e da soja”, declarou

Como foi a oficina sobre a política nacional de rastreabilidade?

Os pontos principais da discussão foram relatados em um documento que será uma contribuição para a política nacional de rastreabilidade e transparência para a soja e a pecuária.

“Sabemos que há vários grupos, coletivos e entidades debatendo esse tema. A oficina foi realizada para começarmos a formar consensos, a partir dos insumos trazidos pelas organizações participantes, para que possamos entender onde estamos, quais são as prioridades e o que precisamos, de fato, demandar dos setores público e privado”, explicou Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade da Abiec e colíder da FT de Rastreabilidade e Transparência da Coalizão.

A produção de carne está em um estágio mais avançado em relação à rastreabilidade do que a soja. “No caso do grão, as ideias apresentadas precisam de discussões mais aprofundadas, mas pudemos fazer um brainstorming de potenciais soluções, além de tentar entender como as iniciativas para a cadeia de carne podem ser adaptadas para esta outra commodity”, explicou Isabella Freire, codiretora de América Latina da Proforest.

Sobre a soja, há dificuldade em atrelar o volume do produto recebido no destino à propriedade de origem. Por exemplo, quando há diversos produtores utilizando um mesmo silo, é difícil denominar a origem dos grãos.

Contudo, a partir da discussão da pecuária, algumas ideias podem ser aprimoradas para embasar uma política nacional de rastreabilidade socioambiental que abranja toda a cadeia.